Clientes denunciam suposto golpe de autoescola em Maringá

Os relatos são de que a autoescola fechou contrato, recebeu o pagamento, mas não deu sequência aos processos para tirar carteira de habilitação.

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O suposto sumiço dos responsáveis pela empresa deixou os clientes enfurecidos. Um grupo se reuniu em frente à autoescola que fica na zona 7, nessa segunda-feira, 17, cobrando explicações. Mas, segundo eles, ninguém atendeu.

A Simone Almeida parcelou o valor da carteira para o filho em 12 vezes. Mas, desde outubro do ano passado, aguarda o contato da autoescola.

“Eu fiquei aguardando né, eles entrarem em contato pra marcar o psicotécnico e o exame de vista, mas nunca entraram em contato. Eu passei o cartão em doze vezes, foi descontando as parcelas, aí eu comecei a ficar preocupada. Eu tentando entrar em contato e nada. Mas aí eu fui lá pessoalmente, a autoescola estava fechada. Quando foi ontem eu fui lá pra tentar resolver, tinha várias pessoas lá, tinha mais de vinte pessoas, aí todo mundo revoltado, gente que pagou a carteira à vista, gente que já faz dois anos que tá tentando resolver. Então assim, o meu caso era um a mais né, porque tem várias pessoas, tá difícil. A gente criou um grupo, fizeram boletim de ocorrência contra a autoescola”.

O preço abaixo do mercado cobrado pela empresa foi o que levou os clientes a fecharem o contrato. A Maria Madalena Belai foi uma das que pagou a carteira à vista para o filho. “Foi pago 1649 reais à vista em dinheiro vivo, aí passou novembro, passou dezembro, aí agora em janeiro falei vou ligar lá, vou perguntar se já estão fazendo, aí passou mais uns dias falei ‘filho, dá o contato pra mãe que a mãe vai ligar lá, vai ver’. Liga ninguém atende, daí adicionei no whatsapp, nem visualizar eles visualizaram, a gente vê que a pessoa tá online, a gente liga, mas eles não dão resposta, eles não atendem. Eu to com o recibo, com o contrato deles, com tudo. Eu vou fazer um boletim de ocorrência sim. A gente foi por causa da promoção né, estava com um preço bom. Não desconfiei”.

De acordo com o delegado de estelionato, Fernando Garbelini, a polícia vai instaurar um inquérito para investigar os casos. Segundo ele, foram vários boletins registrados contra a mesma empresa.

“A gente vem acompanhando essa situação e algumas vítimas vieram hoje aqui registrar esse boletim de ocorrência. Aparentemente seria um problema de ordem de direito do consumidor, mas a partir do momento que começa a surgir muitas vítimas cabe a nós da polícia investigar se não teve nenhuma fraude nessa situação. Tem que ver se essas pessoas tinham, no momento que venderam esses pacotes, se tinham condições de cobrir com o pactuado, ou se foi feita a venda com a finalidade única de se apropriar dos valores”.

A reportagem da CBN conversou com outras pessoas que preferiram não gravar entrevista, mas que estão enfrentando o mesmo problema. A CBN também tentou falar com a empresa por telefone, mas não conseguiu contato.

Segundo a polícia, boletins de ocorrência para crimes de estelionato podem ser feitos de forma online.