Jovem de 23 anos é o primeiro maringaense a se tornar fuzileiro naval paraquedista
Pedro Nixon, 23 anos, é o primeiro maringaense Fuzileiro Naval Paraquedista. O jovem militar, que já vem de família de militares, tinha o sonho de servir o Exército Brasileiro ou Marinha do Brasil. Os caminhos da vida o levaram ao Corpo de Fuzileiros Navais.
Pedro entrou no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) em 2021, e como apreciador de grandes desafios, destaca que o trabalho exercido pelo fuzileiro naval é o mais complexo. “[…] o trabalho do Fuzileiro é o mais difícil no campo de batalha. É possível ver no Filme ‘O Resgate do Soldado Ryan’, aquilo é ser Fuzileiro Naval. Eu já conhecia muito bem o Exército, principalmente a aviação dele, tive excelentes instrutores lá durante o meu período de estudo para concursos militares. Eu queria algo que tivesse trabalho duro, mas também que fosse recompensado pela honra. Queria servir o Brasil!”, conta o Fuzileiro Naval.
Nascido e crescido em Maringá, Pedro dividiu a infância e a adolescência entre a Cidade Canção e as cidades de Tapira e Cidade Gaúcha, na região. Morou também em Taubaté, no estado de São Paulo, onde adquiriu mais conhecimento sobre o Exército, enquanto se preparava para prestar concursos militares. Influenciado pela família materna, que vem de militares, foi na figura do avô, que serviu o Exército Brasileiro, que o jovem maringaense decidiu se espelhar e seguir carreira militar.
Seguir o sonho de servir a Pátria foi um desafio na vida do jovem militar, que relata em detalhes os seus maiores desafios durante os anos de formação.
“O período de estudo para entrar nas Forças Armadas foi muito difícil, mas sem dúvida alguma o momento mais difícil foi em julho/agosto de 2021, período que meu pai faleceu por conta da Covid-19 e eu entrei no CFN. Meu pai era meu melhor amigo e apoiador, muito rigoroso, mas motivador! Quando se entra de aluno no CFN, as coisas mudam completamente…A ‘chapa é quente’. O Treinamento lá é exaustivo e o psicológico é levado ao extremo. Pouquíssimas horas de sono, muito estudo e às vezes tristeza (porque lá não se pode usar celular, não saímos do Centro de Instrução, não temos contato com a sociedade civil, não tem mordomia nenhuma). Lá os meninos amadurecem e se tornam homens […]”, afirma Pedro.
Apesar de enfrentar momentos difíceis depois de perder o pai, vítima do Coronavírus, o Fuzileiro Naval conta o que o motivou para seguir em frente com seu sonho.
“Para me motivar, eu consegui usar meu sobrenome como meu nome de guerra. O nome que meu pai deixou para mim, o ‘Nixon’. Todas as vezes, por mais que meus dias estivessem ruins, eu olhava para aquele nome, via a foto dele que carregava comigo e criava forças para prosseguir. Naquele momento só pensava no meu pai, na minha mãe que ficou viúva e na minha namorada que deixei em Maringá. Foi muito difícil para mim, foi como se minha vida tivesse virado um filme”, destaca o militar.
As dificuldades durante a trajetória não desmotivaram Pedro. Hoje, ele estuda e se prepara para alcançar o tão almejado sonho: fazer parte dos Comandos Anfíbios, grupo mais seleto do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, posto que ele considera um dos mais bem treinados da América Latina e também do mundo.
“O Corpo de Fuzileiros Navais é a Tropa de Elite da Marinha e a forja é rigorosa. Durante o caminho de formação, muitos desistem”, mas esse não foi o caso do militar Nixon, como é chamado na Marinha.
Além de pertencer ao Corpo de Fuzileiros Navais, Nixon também realizou o curso de Paraquedistas do Exército Brasileiro, um dos mais almejados por aqueles que desejam seguir carreira militar. “O Paraquedista tem mística nas Forças Armadas, tem tradição. Usar o boot marrom, o brevê e a boina grená tem um grande peso. O curso de Paraquedista no Exército me proporcionou conhecer mais a força do meu corpo e a minha coragem”, visto que tem um dos testes físicos mais difíceis do Brasil. Hoje, com as duas formações, Pedro Nixon é um Combatente Anfíbio Aeroterrestre.
Nixon serviu no Batalhão Tonelero (Batalhão de operações Especiais) e hoje serve no Batalhão Riachuelo, no primeiro Batalhão de Infantaria. O Fuzileiro Naval maringaense integrou a Operação Formosa, que reuniu 3.500 militares das Forças Armadas em treinamento conjunto. A operação é realizada desde 1988 no Brasil e prepara os militares para atuações em missões no Brasil e no exterior.
“[A Operação Formosa é] uma operação de adestramento, simulação, ataques e defesas com munições reais. Realizada com outros Países, principalmente com os Estados Unidos. O que eu mais gostei durante a operação foi ter trabalhado como Rádio Operador para o Oficial Comandante do meu Pelotão e como Interprete/Tradutor de Inglês com os Fuzileiros Navais Americanos, com quem fiz grandes amizades que ainda mantenho, trocando experiências militares e agregando conhecimentos gerais”, explica Nixon.
O maringaense entrou na Marinha do Brasil em 2021 e, desde então, divide sua vida entre o Paraná, onde estão os amigos, a família e a namorada e o Rio de Janeiro, local de trabalho. Apesar da distância, ele não mede esforços para estar próximo da sua terra natal e diz conciliar bem a vida tranquila em Maringá com a vida rigorosa no estado fluminense.
Mesmo com a vida militar rigorosa e agitada, Pedro sempre volta às raízes: quando volta à Maringá, busca pela simplicidade da vida. Gosta de ir em rodeios, tem um apreço pela vida calma no campo, frequenta o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) e não dispensa uma boa costela de chão, e claro, como bom maringaense, é fã da ExpoIngá.
“Eu gosto da vida simples, sou sertanejo. Uma coisa que não tem aqui no Rio de Janeiro e eu sinto falta são os rodeios, a ExpoIngá, ir no CTG no fim de semana. Maringá está crescendo, mas ainda é uma cidade muito tranquila. Sinto falta de tudo isso”, finalizou o Fuzileiro Naval nascido na Cidade Verde.