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23 de novembro de 2024

Rayssa Leal aprendeu skate com vídeos na internet antes da prata em Tóquio


Por Agência Estado Publicado 27/07/2021 às 01h30 Atualizado 20/10/2022 às 12h41
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Fadinha, como é conhecida Rayssa Leal, aprendeu tudo de skate por conta própria assistindo a vídeos dos seus ídolos pelo celular. Desde 2018, com apenas 11 anos, já integra a seleção brasileira e é vista como uma das melhores do mundo na categoria street, dona de um talento raro. Isso acabou se confirmando nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, quando ela ficou atrás apenas da japonesa Nishiya Momiji, também de 13 anos e medalha de ouro.

“Minha história e a história de muitas outras skatistas que quebraram todo esse preconceito, toda essa barreira de que o skate era só para menino, para homem, e saber que estou aqui e posso segurar uma medalha olímpica, é muito importante para mim”, disse após faturar a prata.

Foi a segunda medalha do skate brasileiro em Tóquio. Antes, Kelvin Hoefler havia ficado com a prata – o skate está fazendo a sua estreia no programa olímpico. “Não caiu a ficha ainda. Poder representar o Brasil e ser uma das mais novas a ganhar uma medalha. Eu estou muito feliz, esse dia vai ser marcado na história. Eu tento ao máximo me divertir porque eu tenho certeza de que, se divertindo, as coisas fluem, deixa acontecer naturalmente se divertindo”, disse.

A garota magricela e de sorriso fácil com aparelho ortodôntico parecia brincar na pista do Ariake Urban Sports Park. Aliás, brincou e fez piada até com a medalha. “Pesa mais do que eu.”

Atual vice-líder do ranking mundial, Fadinha não se intimidou diante das adversárias mais experientes e deu show com manobras espetaculares. Em certos momentos, a impressão era de que desafiava a força da gravidade.

Chamou atenção ainda a calma e o desempenho de Rayssa, que em alguns momentos foi vista dançando relaxada na pista. Bastante inspirada, foi derrubando as rivais ao longo das baterias até conquistar o seu lugar no pódio. Leticia Bufoni e Pâmela Rosa, outras brasileiras bem cotadas para brigar por uma vaga no pódio em Tóquio, ficaram pelo caminho. Pâmela Rosa, inclusive, revelou que competiu lesionada em Tóquio.

Fenômeno das pistas e também das redes sociais, onde vem multiplicando o número de seguidores, Fadinha escreveu nesta segunda-feira um novo capítulo do skate brasileiro. Ela sabe, inclusive, que a sua história é fonte de inspiração para novas praticantes do skate. “Saber que muitas meninas já me mandaram mensagem no Instagram falando que começaram a andar de skate ou os pais deixaram andar de skate por causa de um vídeo meu, eu fico muito feliz porque foi a mesma coisa comigo.”

Somente no Instagram já são mais de 2 milhões de seguidores. “O que é isso minha gente? Desde que comecei minhas redes sociais eu queria ter um milhão, hoje tenho dois, olha isso!”

VIDA “ADULTA” – A primeira vez que ela subiu em cima de um skate foi aos 6 anos, quando seus pais lhe deram o equipamento de presente. Um ano depois, já estava participando de torneios. Aos 9 anos, Rayssa já não competia mais entre as crianças para disputar campeonatos na categoria geral. Passou, então, a levar uma vida de “adulta”, treinando três horas todos os dias.

“Minha história é a história de muitas outras skatistas que quebraram todo esse preconceito, toda essa barreira de que o skate era só para menino, para homem. Saber que estou aqui e posso segurar uma medalha olímpica é muito importante para mim”, disse.

A partir do próximo dia 3, começam as disputas da modalidade park do skate nos Jogos de Tóquio. Com atletas bem ranqueados, o Brasil também está cotado para conquistar mais medalhas.

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