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19 de dezembro de 2025

A globalização levaria o planeta à homogeneização cultural?


Por Alan Gaitarosso/Equipe ICI Maringá Publicado 19/04/2021 às 11h32 Atualizado 19/10/2022 às 10h22
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Foto: Iliustrativa/Pixabay

É fato que o movimento de integração internacional promovido pela globalização impacta diretamente na construção social e, portanto, cultural dos indivíduos. É possível acompanhar tendências de comportamento de outros grupos sociais em tempo real, ou ter acesso à produção artística de diferentes partes do mundo. A informação chega por meio das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) de uma forma praticamente instantânea e a interação entre indivíduos de diferentes partes do mundo é muito mais comum e pragmática.

Mas, apesar dessa troca tão intensa de hábitos e produtos, potencializado inclusive pelo capitalismo, não é possível exaurir as particularidades de comportamentos locais. Afinal, ninguém nasce ou permanece fora de um contexto social, seja ele qual for, e é justamente esse pertencimento que nos forma também nos influência. Então o que ocorre é uma mistura entre influências culturais recebidas de grupos externos e essas são incorporadas e transformadas pelos aspectos do contexto ao qual pertencemos. De fato, um hibridismo cultural. Por exemplo, a comida oriental tão apreciada por grande parte de brasileiros, apesar de manter elementos tradicionais no preparo e nos ingredientes, também apresenta uma diversidade muito grande de variações que incorporam ingredientes tipicamente brasileiros.

EQUILÍBRIO

É preciso entender que a cultura não é algo estático, e é claro que elementos “estrangeiros” e de consumo em massa vão influenciar a essa construção. Mas os “tentáculos” da globalização não atingem da mesma maneira todas as regiões e todos os povos: cada valor, ideia ou objeto sofre uma releitura, adaptando-se e fazendo sentido dentro dos padrões e da visão de mundo locais. É importante, portanto, que o grupo local (país, municípios, comunidades) crie políticas de proteção e estímulos à produção própria, para que esse hibridismo tenha equilíbrio e para que a heterogeneidade seja mantida.

A partir deste prisma, é importante que as produções artísticas locais também cheguem à comunidade com a mesma eficiência que as financiadas por grandes produtoras ou instituições. A produção local tem um poder de diálogo muito mais eficiente com os anseios e objetivos da comunidade e por isso podem ser até mais transformadoras. Porém em muitos casos esse ativo acaba por ser subvalorizado, pouco estimulado, e, quando acontece, não chega a um número de pessoas tão significativo quanto as grandes produções.   

COMO

Isso pode ser atingido com a implementação de uma boa política pública para cultura, que disponibilize recursos financeiros para essas produções, para assegurar o trabalho dos artistas locais e para que eles tenham recursos para intervir em suas produções.

Por isso, é fundamental a criação de um Plano Municipal de Cultura para estabeleceria metas e diretrizes para a valorização da produção artística local, a criação de um Fundo Municipal de Cultura para garantiria os recursos e, em especial, a criação de canais eficientes de comunicação para que essas ações cheguem até a população.

*A coluna “Arte, Cultura e Sociedade” é gerenciada pela equipe do Instituto Cultural Ingá (ICI). Trata-se de um espaço destinado às reflexões da cena artística e cultural, suas políticas públicas e o impacto social.

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Alan Gaitarosso/Equipe ICI Maringá

Gerenciado pela equipe do Instituto Cultural Ingá (ICI), é um espaço destinado às reflexões da cena artística e cultural, suas políticas públicas e o impacto social.