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16 de agosto de 2024

O que está acontecendo com o dólar


Por João Pedro Publicado 16/08/2024 às 15h34
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Foto: Reprodução/Pixabay

Nos últimos três meses, o dólar apresentou uma significativa valorização, saltando de R$ 5,24 para até R$ 5,75. Esse movimento tem gerado dúvidas e preocupações, especialmente sobre os motivos por trás dessa alta e as possíveis consequências para o cotidiano dos brasileiros. A incerteza paira sobre o impacto nos preços dos produtos, que podem sofrer reajustes, refletindo a instabilidade cambial no bolso do consumidor.

Ao analisar as razões por trás da disparada do dólar, destacam-se fatores tanto internos quanto externos. Internamente, o ambiente político brasileiro tem gerado incertezas. Algumas ações do governo provocaram receios entre investidores estrangeiros, levando muitos a abandonarem o real em favor do dólar, pressionando a valorização da moeda norte-americana.

Externamente, a economia dos Estados Unidos também desempenha um papel crucial. Com sinais de enfraquecimento das atividades econômicas americanas, cresce a busca por investimentos mais seguros, o que intensifica ainda mais a demanda por dólares, contribuindo para sua valorização. Esses elementos combinados explicam o recente aumento da moeda.

Os efeitos do dólar mais alto pode levar a um aumento de preço nos produtos importados, como Gasolina, eletrônicos, e produtos alimentícios importado, como o trigo e outros, mas nem todos os produtos sentem de imediato esse aumento do câmbio, muitas empresas que importam em grande quantidade tomam medidas para não sofrer com as variações cambiais que ocorrem todos os dias, além disso muitas delas trabalham com margem de estoque suficiente para justamente se proteger de um aumento repentino no dólar, então na pratica um aumento do dólar como vem acontecendo nos últimos meses terá um efeito de aumento nos produtos internos muito mais tardio, ou um aumento muito menor no preço dos produtos. Em alguns casos pode ser que aumento nem seja refletido devido a negociação com os fornecedores estrangeiros.

Produtos eletrônicos e itens importados para pessoas físicas estão entre os mais impactados pela alta do dólar. Isso ocorre porque as cotações do câmbio são fechadas no momento da negociação, tornando esses produtos mais suscetíveis às variações diárias da moeda. Essa situação pode levar a uma redução na demanda por esses itens. Por outro lado, para o comércio local, a valorização do dólar pode ser uma oportunidade, permitindo atrair novos clientes e estabelecer novas parcerias. Além disso, consumidores que planejavam viagens internacionais podem reconsiderar seus planos, optando por destinos nacionais que se tornam mais atraentes devido aos preços mais acessíveis em comparação ao custo de viagens ao exterior.

A situação é diferente para produtos como a gasolina, que não contam com a mesma flexibilidade de estoque. Em maio, o preço na refinaria de Araucária era de R$ 2,79, enquanto em agosto já atingia R$ 2,99, refletindo o avanço do dólar. Esse aumento, por sua vez, eleva os custos de frete, pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como observado em julho.

A expectativa é de que, com a estabilização do cenário político e fiscal, o dólar possa encontrar um ponto de equilíbrio, aliviando a pressão sobre os preços e, consequentemente, sobre o bolso dos consumidores brasileiros.

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