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09 de maio de 2024

PIB brasileiro surpreende e cresce 2,9% em 2023, mas desaceleração no fim do ano preocupa


Por Mateus Ramalho Ribeiro Da Fonseca Publicado 15/03/2024 às 15h03
 Tempo de leitura estimado: 00:00
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Foto: Marcello Casal Jr/ Ageñcia Brasil

O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2023 finalmente saiu e a pergunta que fica é: os resultados foram bons? O que isso impacta no cotidiano das pessoas?

Primeiramente, o PIB é um indicador econômico que representa a somatória de todos os bens e serviços produzidos pelo país, em um determinado período de tempo. Ele é um importante indicador na qual permite avaliar o desempenho econômico do país e compara-lo com outros países. No caso dessa matéria, iremos analisar o PIB do Brasil em 2023.

A notícia é positiva: a economia brasileira cresceu 2,9%, um resultado próximo ao de 2022 (3%) e surpreendeu os analistas de mercado e economistas. Em valores nominais, o PIB totalizou R$ 10,9 trilhões no ano. Abaixo, o comportamento do PIB nos últimos anos.

Figura 1 – Taxa de crescimento (%) do PIB brasileiro de 2015 a 2023.

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Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elaboração própria

O grande destaque do ano foi a agropecuária, que teve um crescimento astronômico de 15,1%, o maior da série histórica iniciada em 1996 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A supersafra de grãos, impulsionada principalmente pela produção de soja e milho, juntamente com o ganho de produtividade do setor, foram as principais responsáveis por esse resultado. Esse desempenho positivo da agropecuária também beneficiou outros setores, como as exportações, que cresceu 9,1% e a indústria de alimentos. As cadeias de produção e logística do campo também foram impactadas positivamente.

A indústria, por sua vez, teve um crescimento mais modesto de 1,6%, com destaque para as indústrias extrativas que cresceram 8,7%. Esse resultado foi impulsionado pela recuperação da economia global e pela alta na extração de petróleo, gás natural e minério de ferro.

Já o setor de serviços, o maior da economia brasileira, representando 70% do PIB, cresceu 2,4% em 2023, mantendo uma certa resiliência quando comparado com anos anteriores. O consumo das famílias, impulsionado por medidas como o reajuste do salário mínimo e a fixação do Bolsa Família em R$ 600, foi o principal motor desse crescimento.

O mercado de trabalho aquecido também contribuiu para o bom desempenho do setor.
Mas nem tudo são flores nos resultados do PIB brasileiro em 2023. Apesar do crescimento geral positivo, o PIB brasileiro apresentou uma desaceleração no final do ano. No quarto trimestre, a economia ficou estável em relação ao trimestre anterior (0%). Essa desaceleração foi mais forte nos investimentos, que recuou 3% no ano, ficando em 16,5% do PIB, o resultado mais baixo para um fechamento de ano desde 2019 (15,5%).

A taxa Selic elevada seria um dos motivos desse resultado e os dados mostram um desestímulo nos investimentos em máquinas e equipamentos, que caíram 9,4%. A figura a seguir mostra a trajetória dos investimentos nos últimos anos:

Figura 2 – Taxa de investimento em proporção do PIB brasileiro de 2015 a 2023.

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Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elaboração própria

Como mostra o gráfico acima, a taxa de investimento da economia brasileiro tem ficado abaixo dos 20% do PIB nos últimos anos, o que demonstra uma baixa capacidade de investimento e por consequência, impacto no crescimento da economia. E para piorar, a queda nos últimos anos nos investimentos é um ponto de atenção para o futuro da economia brasileira.

E por que isso seria um problema? Primeiro porque que a falta de investimentos em infraestrutura compromete a reposição da depreciação implícita em qualquer economia além de não permitir a ampliação da oferta. E, por consequência, compromete a ampliação de empresas e novas contratações afetando o crescimento sustentável da economia nos próximos anos, com emprego e renda.

Por conta disso, é preciso atenção e se faz mais do que necessário, políticas públicas voltadas ao investimento em infraestrutura.

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