30 de abril de 2025

Preço da carne aumenta 21% em 2024


Por Matheus Ziermann Publicado 24/04/2025 às 13h56
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O brasileiro tem sentido no bolso algo que pesa no prato e na cultura: o aumento no preço da carne. Mais do que um dado econômico, esse movimento afeta diretamente hábitos alimentares e padrões de consumo das famílias.

carne

A recente alta no preço da carne bovina foi causada por uma combinação de fatores. De um lado, há o impacto das exportações aquecidas, principalmente para mercados como China e países do Oriente Médio, que aumentaram a demanda externa e reduziram a oferta interna. Do outro, os custos de produção também pressionaram: insumos como ração e fertilizantes, influenciados pelo dólar e por conflitos internacionais, tornaram os custos de criação mais cara.

Outro ponto importante foi o clima. A estiagem em algumas regiões produtoras comprometeu pastagens e forçou os pecuaristas a anteciparem o abate, o que desequilibra a oferta ao longo do tempo. Essa antecipação gera uma queda momentânea nos preços, mas que logo se inverte quando o rebanho precisa ser recomposto — e é exatamente isso que estamos vendo agora. Além disso, com a falta de pastagem, os produtos acabam utilizando de rações para a engorda da criação ocasionando o aumento dos custos.

Temos ainda a questão da renda das famílias. O momento de baixo desemprego e o aumento do salário-mínimo levam as pessoas a demandarem mais carne e consequentemente pressionam a alta dos preços.
Para os próximos anos a expectativa é que o preço da carne continue a aumentar. O mercado internacional deve continuar demandando carne brasileira, o que é positivo para a balança comercial, mas pode manter os preços internos elevados. Além disso, a recuperação do rebanho leva tempo, e o custo da cadeia produtiva segue pressionado.

A pergunta que fica é: estamos diante de uma mudança pontual ou permanente? Tudo indica que, mesmo com eventuais alívios nos preços, a carne — especialmente a bovina — não voltará tão cedo aos patamares anteriores. Isso exige do consumidor mais planejamento e adaptação, e do poder público, atenção às políticas de segurança alimentar.

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