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04 de dezembro de 2025

Taxa Selic e Inadimplência: Qual a Relação entre Ambas?


Por João Montanher Publicado 15/09/2025 às 17h10
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O crescimento no número de inadimplentes no Brasil, principalmente em 2025, é considerado preocupante. Segundo a última pesquisa da CNC, em julho deste ano 78,5% das famílias brasileiras encontram-se endividadas, enquanto 30% destas famílias possuíam dívidas em atraso.

Por parte da última pesquisa da SERASA, o número mensal de inadimplentes deste ano superam os valores dos dois anos anteriores (2023 e 2024). Na figura 1 temos a evolução dos inadimplentes no Brasil no último ano.

Figura 1 – Evolução do número de inadimplentes nos últimos anos

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Fonte: Serasa, julho 2025

Ao analisar o mês de julho, a SERASA aponta que a inadimplência está mais presente na população entre 41 e 60 anos: representando 35,3% destes. Além disso, a instituição também aponta que as maiores dívidas estão concentradas no segmento Bancário (27,3%), seguido das empresas de utilidade pública (20,7%) e das financeiras (19,5%). Dessa forma, se considerar os bancos como instituições financeiras também, nota-se que 46,8% das dívidas estão concentradas nas instituições financeiras.

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Fonte: Serasa, julho 2025

Um fator agravante para a inadimplência é o aumento da taxa Selic, preocupante para as instituições de crédito, levando-as a reduzir os prazos de pagamentos. Segundo o Banco Central, a razão para o aumento da taxa selic para 15% no mês de junho é a adversidade das políticas externas norte-americanas em relação ao Brasil (tarifas sobre importações de produtos brasileiros) junto da alta inflação no cenário doméstico, cujo valor atual e suas expectativas estão ambas acima da meta para o final deste ano.

Na prática, um dos papéis do Banco Central é estabilizar a inflação por meio do ajuste da taxa Selic, de forma que, se a inflação se encontra alta, inicia-se um ciclo de alta da taxa de Selic até que a taxa de inflação diminua. Assim, um aumento na Selic aumenta o custo dos bancos para a captação de dinheiro dos seus correntistas, que é utilizado para realizar empréstimos, e este por sua vez torna o crédito mais caro à população, de forma a desincentivar o consumo e consequentemente, reduzir a taxa de inflação. Por fim, o custo desta estratégia é o aumento da inadimplência, fator de desestabilização financeira individual e familiar.

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