Cafeterias poderão operar também como microtorrefações
Um projeto de lei do vereador Sidnei Telles, aprovado em primeira discussão nesta quinta-feira, 24, busca autorizar que as cafeterias obtenham autorização para realizar, além da venda de bebida pronta, a torra de grãos de café. É que a torrefação é considerada uma atividade industrial e, portanto, proibida em áreas comerciais, mesmo que em pequenas quantidades. Segundo o texto do projeto, para fazer a torra do grão, o estabelecimento não poderá utilizar equipamentos com capacidade superior a 10 quilos por ciclo. Também estará proibida a armazenagem de grande porte, a geração de ruídos, exalações e trepidações incompatíveis com a área comercial, bem como o tráfego pesado.
Mas antes mesmo de a lei municipal ser aprovada e começar a valer, já existe um estabelecimento operando desta maneira. Francisco Paulo Artal abriu uma cafeteria na Avenida São Paulo há seis anos e em 2021 implantou, no mesmo local, uma microtorrefação. O alvará foi expedido levando em consideração uma lei nacional.
Os grãos torrados ali vêm de microlotes especiais. “Com a microtorrefação conseguimos ter matéria prima de várias origens, com o café ‘matéria-prima’ verde vindo do Espírito Santo, Minas Gerais, do Norte Pioneiro do Paraná, Alta Mogiana Paulista… E conseguimos ter um café mais fresco também. Torrando o café na semana, o consumidor degusta um grão torrado há poucos dias e isso faz com que a bebida tenha mais frescor e qualidade, com sabor e aroma mais acentuados, por conta da torrefação”.
Atualmente o The Kingdom é a única cafeteria em Maringá que já opera a microtorrefação e, ao trabalhar com produtos frescos, rastreáveis e de boa origem, a experiência sensorial do cliente do ganha esse bônus do café “recém-torrado”. É possível escolher o grão de acordo com as notas mais presentes, detalhadas no cardápio, e também o método de extração preferido. Para harmonizar, o lugar conta com pães de fermentação natural produzidos ali e presentes nas opções de brunchs, toasts, bruschettas e sanduíches e uma variedade de doces preparados na casa, inclusive com opções sem glúten.
Com a possibilidade da nova lei municipal, que deve ser votada na próxima semana em segunda discussão, a questão do zoneamento da cidade, que poderia impedir outras cafeterias de oferecerem a mesma experiência, fica padronizada para permitir as microtorrefações em outros estabelecimentos – e dar ainda mais oportunidade ao maringanese de descobrir o diferencial de um bom café recém torrado.