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08 de maio de 2024

DIVIDIR


Por Elton Tada/ Passeio Publicado 28/06/2023 às 13h33
 Tempo de leitura estimado: 00:00
fonte: Pixabay

É bem difícil entender o que as pessoas esperam da vida. Aliás, entender o ser humano é uma das tarefas mais difíceis e ingratas que pode existir. Mesmo assim, quando olhamos o lago desde a margem, podemos ver as ondinhas que se movem como se tivessem vida própria, como se não tivessem acabado de surgir, provocadas por outro movimento, anterior e mais forte, condição sem a qual onda alguma existiria.

            Nós somos ondinhas, vivendo toda nossa energia, da origem até o ocaso na areia, acreditando que viveremos para sempre, que nossa energia é tão grande que não cabe em uma vida só. As mesmas pessoas que não tem forças para faxinar a casa no sábado a tarde, e que não veem sentido em viver na segunda de manhã, desejam viver uma vida eterna, num paraíso celestial sem poeira, sem rinite, sem qualquer forma de trabalho remunerado.

            Como se a vida não fosse suficientemente só, decidimos não gostar das pessoas, e não gostamos. Não sabemos dividir o pouco que temos, mas queremos muito mais, e apesar de não termos glória alguma em nossa estante, juramos que há alguém em algum lugar que morre de inveja de nós.

            Depois de muito tempo, começo a imaginar que a vida não é questão de entender. A vida talvez seja questão de viver mesmo, apesar de todos os pesares. Como todas as vidas estão chegando a cada dia mais próximas da areia da praia, seria interessante juntarmos as forças, para alongar nossa existência. Mas, muita coisa que seria interessante simplesmente não existe. A vida não nos deve nada, e as coisas acabam sendo bem mais simples do que imaginamos ser. Há causa e consequência. Início e fim. O meio, talvez, seja a festa, o baile, a música, a chama, ou qualquer outra coisa. Talvez o meio seja qualquer coisa que valha a pena dividir.    

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