Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

08 de maio de 2024

OLHAR


Por Passeio Publicado 20/09/2023 às 15h27
 Tempo de leitura estimado: 00:00
fonte: Pixabay

Não há nada que seja absolutamente novo embaixo do sol. Existem coisas ligeiramente diferentes na cara e no jeito de andar, mas nas entranhas tudo se parece muito. Por isso, vivemos no limite entre o tédio e a segurança. O mesmo, o que é igual, nos dá aquela sensação absurda de casa de vó, de berço, de abraço forte em dia frio. Por outro lado, o que é sempre igual pode cansar, pode ser aquele feijão mal temperado e morno, aquela necessidade constante e desprazerosa, aquele marasmo quase horripilante.

            O que muda muito no mundo são as relações que desenvolvemos com o mundo ao nosso redor. Toda vez que olhamos para uma árvore, criamos uma imagem de árvore dentro de nós. Essa imagem é nossa, nossa benção e nossa responsabilidade. A culpa nunca é da árvore. A árvore apenas sabe ser o que é, uma árvore. Dependendo do dia, das condições, do nosso estado de espírito, podemos ver a mesma árvore como algo maravilhoso ou tenebroso. Nós somos o filtro do mundo de fora para o mundo de dentro.

            Se eu fosse te dar uma sugestão, o que não é o caso, te diria para pensar sobre o amor. Assim como não existem duas árvores iguais no mundo, não existem dois amores. Existem amores parecidos, amores dentro do padrão que esperamos de amor, amores que nunca veremos, mas cada um é único e depende integralmente do filtro ao qual queremos subjugá-lo.

            O mundo é imenso, quase impensável. Mas nosso mundo interior só desmorona se três ou quatro coisas bem específicas saírem do lugar. É por isso que as pessoas se unem e se separam. É por isso que alguns se sentem felizes enquanto outros se sentem tristes. É bem por isso que a maioria das pessoas se diverte mais com uma comédia romântica do que com um filme do Godard.

            O tamanho das fronteiras incomensuráveis de nosso mundo externo é diretamente proporcional ao tamanho da profundidade que existe no mundo dentro de nós. É quase impensável. É completamente absurdo que exista tanto em cada gesto, cada ida e vinda, em cada olhar.

            No fim, o desespero e o deleite da vida são vizinhos que estão disponíveis, prontos para serem vividos. Depende muito das condições astrais do coração de cada um. Depende de escolher quais são as três ou quatro coisas que vão sustentar a estrutura toda do nosso interior.  

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação