Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

22 de novembro de 2024

Mudanças no Casa Verde Amarela impactam a compra de imóveis


Por Allan Cardoso Publicado 27/08/2021 às 12h02 Atualizado 19/10/2022 às 15h46
Ouvir: 00:00
Foto: Ilustrativa/Tomaz Silva/Agência Brasil

Em primeiro de setembro entram em vigor as mudanças anunciadas pelo Governo Federal para o Casa Verde Amarela (CVA), antigo Minha Casa Minha Vida, que vão impactar diretamente as pessoas que desejam comprar um imóvel pelo programa.

A principal delas é referente ao aumento no teto fiscal que deve ser elevado em até 10%. Com isso, passarão a fazer parte do programa de financiamento, imóveis de valores maiores. A correção não era feita desde 2017 e foi impulsionada, entre outras razões, pelo aumento dos custos dos insumos para a construção civil que vai puxar para cima a régua dos valores de imóveis novos.

Para se ter uma ideia, segundo dados da FGV, responsável por calcular e divulgar o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), de julho de 2020 a julho de 2021 houve variação de 34,3% no custo de materiais e equipamentos. Só para exemplificar, tubos e conexões de ferro e aço tiveram alta de 91,9%, vergalhões e arames de aço ao carbono 76,3%, condutores elétricos 64,3% e tubos e conexões de PVC 64,1%.

Diante disso, o setor de construção pressionou o Governo para que reajustasse o teto do CVA, que representa importante fatia do mercado. Nos últimos 12 meses, 82% dos lançamentos e 84% das vendas residenciais foram de empreendimentos participantes do programa federal.

E a elevação dos custos na construção já está impactando o valor de venda. Aqui em Maringá, por exemplo, vemos apartamentos na planta que eram vendidos por R$ 270 mil saltarem para R$ 320 mil.  

Além disso, o Governo Federal vem cortando o valor do subsídio para o programa. No comparativo de 2019 a 2020 houve redução de mais de 45% nos recursos para o CVA, totalizando R$ 2,1 bilhões a menos. Com os recursos escassos, surge a preocupação de que as obras do programa sejam paralisadas para as pessoas com renda de até 2 salários-mínimos. 

Todas essas mudanças vão impactar diretamente no financiamento concedido pelos bancos. Isso significa que o percentual de financiamento dos bancos provavelmente irá diminuir, necessitando de entradas maiores e dificultando a compra do imóvel, principalmente para as pessoas de menor renda. 
Diante desse contexto, quem pretende comprar um imóvel novo deve se apressar e aproveitar antes de essas mudanças entrarem em vigor e enquanto os juros ainda estão baixos. A estimativa é que os valores subam cerca de 24%.

Mas para quem não faz questão de adquirir um imóvel novo ou pretende investir, os usados são uma excelente opção. Como não há um índice que regule os preços dos imóveis usados, o reajuste de valores ocorre por comparativo. 

Ou seja, com o aumento de valores dos novos, a tendência é que os usados acompanhem o mercado. Contudo, tenho percebido que o ritmo de valorização dos imóveis usados ocorre mais lentamente do que no mercado de novos. 

Por isso, quem aproveitar o momento, investir em um imóvel usado e reformá-lo conseguirá fazer ótimos negócios com a valorização do mercado imobiliário que vem por aí.

LEIA TAMBÉM – O mercado imobiliário e sua história com a Selic

QUEM É O COLUNISTA? Com 20 anos de atuação no mercado imobiliário, Allan Cardoso é empresário, consultor e mentor do mercado imobiliário à frente de imobiliária, loteadoras e construtoras.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação