Antropologia, futebol e vida
A coletiva de apresentação de Paulo Autuori no Botafogo foi a coisa mais profunda que assisti nesta semana. Em um dado momento da entrevista, o treinador Campeão Brasileiro de 1995 pelo Glorioso afirmou que, hoje, ele não é mais capaz de enxergar o futebol sem três vertentes: a antropológica, a social e a filosófica, pois “futebol é vida”.
A frase me fez refletir. Seria possível um mero esporte ser algo tão transcendente a ponto de unir as três áreas de estudo mais antigas da história?
Gosto de pensar na antropologia como a ciência que estuda o homem, a sociologia como o estudo do meio, e a filosofia como análise da existência. Uma explicação básica e técnica, mas que resume bem.
Também é imensurável imaginar as três áreas do conhecimento deixando de caminhar unidas. Mas o que tudo isso tem haver com o futebol?
Como diria Bauman em ‘Vida Líquida’, “na sociedade contemporânea, nada é feito para durar”. Vivemos a era do imediatismo, das relações descontínuas, das aventuras passageiras. Mas apesar de toda instabilidade disfarçada de liberdade, tudo que o indivíduo deseja é a constância, das relações, das pessoas, do emprego, da rotina.
“Nesse mundo, todos os habitantes são nômades, mas nômades que perambulam a fim de se fixar”. (Bauman, 1998, p. 92)
O futebol aparenta ser justamente esse contraponto da liquidez moderna. Você não sabe se amanhã estará casado, empregado, morando no mesmo lugar, mas sabe que o jogo do seu time do coração na tarde de domingo está garantido. Ganhando, empatando ou perdendo, ele estará ali, ao seu dispor.
Talvez, a paixão por um clube seja a única coisa que não mude ao longo de sua vida. Muito provavelmente, a minha torcida pela Sociedade Esportiva Palmeiras, ou a sua pelo Corinthians, Santos, Maringá FC, Operário e afins seja a única coisa que nos acompanhará até o fim de nossos dias.
E por isso, eu digo: O futebol não “é vida”, mas sim uma expressão oposta de tudo que ela representa.
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