Mas, afinal, o que é o ESG?
Eficiência, segurança e responsabilidade dentro das organizações, geram novas oportunidades de negócios e diferenciais competitivos

A sigla ESG, que em português significa Ambiental, Social e Governança Corporativa, tem sido amplamente utilizada para descrever a sustentabilidade empresarial. O conceito surgiu há 19 anos e desde então as empresas de todo o mundo são avaliadas não apenas pelos seus resultados financeiros, mas também pela sua performance ambiental, social e de governança. A discussão sobre a temática chegou a um novo patamar no Brasil em 2020, momento em que havia cerca de R$ 700 milhões em fundos ESG, quase três vezes mais do que no ano anterior, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Até então, a pauta socioambiental ainda não era considerada tão relevante.
Com maior presença em discussões de cunho econômico, inclusive na mídia, as empresas passaram a buscar soluções mais eficientes, seguras e sustentáveis, gerando novas oportunidades de negócios e diferenciais competitivos. A adoção de práticas ESG se tornou uma questão estratégica para as empresas, isso por conta da crescente demanda por organizações mais sustentáveis, tanto por parte dos investidores como do público em geral. A pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PWC) indica que 77% dos investidores institucionais planejam parar de comprar produtos sem indicadores ESG nos próximos anos e os investimentos nessa área estão no centro da estratégia das maiores instituições financeiras para os próximos anos.
“Definir e monitorar indicadores ambientais, sociais e de governança é trabalhar a gestão de riscos. Quando os fatores críticos são mapeados e mitigados, a empresa tem ganhos financeiros e de reputação. O primeiro passo para iniciar o trabalho na pauta ESG é mapear as ações, definir indicadores, priorizar as ações e monitorar os resultados”, destaca Patrícia Martins, gerente do Habitat Senai e do Centro de Inovação Sesi em Produtividade e Longevidade.
ESG e as empresas do Paraná
A indústria tem um papel fundamental na adoção de práticas ESG e, no Paraná, muitas empresas já estão atuando a partir dessa perspectiva. No entanto, todas elas, independentemente de setor produtivo ou de tamanho, devem ser chamadas a participar dessa pauta global. Muitas empresas adotam técnicas de medição e relatórios de sustentabilidade. No entanto, as micro e pequenas também são incentivadas a participar dessa tendência, pois a inovação e a sustentabilidade são consideradas critérios para avaliação por financiadores, compradores e fornecedores, formando uma cadeia de orientação. A crença de que inovação e sustentabilidade são sempre caras e são práticas exclusivas para grandes empresas é um mito que precisa ser desafiado.
O Sesi Paraná, em parceria com o Senai Paraná, está com inscrições abertas para a Chamada Sesi ESG. A iniciativa objetiva disseminar o conceito e a prática do ESG entre as indústrias paranaenses, com foco em desenvolver ações que melhorem os processos ambientais, sociais e de governança da indústria.
Com fluxo contínuo entre maio de 2023 a julho de 2024, a chamada começa por uma mentoria que analisa os documentos da indústria, é seguida por uma capacitação ESG e, então, pelo preenchimento de um diagnóstico que vai apresentar o nível de maturidade em sustentabilidade da empesa. É a partir desse diagnóstico que os indicadores são priorizados para serem potencializados por meio da ferramenta Lean.
Em um segundo momento, as ideias de novas tecnologias ou produtos que surgirem na primeira fase, podem ser inscritas para serem desenvolvidas com o apoio dos Institutos Senai de Tecnologia e Inovação. Em 2023 e 2024, a meta é beneficiar mil indústrias paranaenses por meio da chamada.

A Plastilit, uma das maiores fabricantes de PVC do país, participou da Chamada Sesi ESG. De acordo com Edilson Bonfain, gerente de RH, a empresa já havia realizado ações sociais em Fazenda Rio Grande, onde está inserida. No entanto, a abertura da chamada foi uma ótima oportunidade para a indústria se aprofundar nos pilares do conceito.
“Tivemos a mentoria com excelentes profissionais, que nos instruíram de modo a evoluirmos no desenvolvimento de diferentes ações. Neste primeiro momento, escolhemos três indicadores para trabalharmos durante a mentoria: governança, voluntariado empresarial e ações socioculturais”, conta Edilson.
Fazendo a diferença
Segundo o gerente de RH, o resultado da mentoria foi muito positivo. “Nosso voluntariado empresarial foi um sucesso, houve muito engajamento dos funcionários; nós reformamos uma ONG que atende cerca de 250 pessoas entregando refeições.” O barracão, que concentra ações sociais sob o comando da Dona Zita Ribeiro Ramos há 20 anos, recebeu pintura nova, assim como grades. Além disso, foi feita a troca do piso e a organização da parte interna do espaço. “Fazer a diferença é o mais importante”, ressalta Edilson. A partir das ações tomadas com base na mentoria, a Plastilit pretende monitorar de forma mais efetiva e assertiva as medidas implementadas.
Saiba mais sobre a chamada em: sesipr.com.br/chamadasesiesg.
