Restaurante Dona Sophia, de Maringá, homenageia filha de ucranianos

Em tempos em que o mundo assiste uma guerra entre Ucrânia e Rússia, os maringaenses encontram agora na cidade um lugar em que podem, literalmente, sentir um gostinho de como é estar na Ucrânia, mas que não lembra em nada os horrores de uma guerra. É que foi inaugurado o Restaurante Dona Sophia, que homenageia uma paranaense filha de ucranianos.

Sophia Hladczuk Moreira Pinto nasceu em 21 de janeiro de 1927, na Lagoa dos Patos, em Prudentópolis (PR), e foi registrada em Irati, também no Paraná. Atualmente mora em Curitiba, no bairro Água Verde. Os pais de Sophia, Ana e Alexandre, nasceram na Ucrânia e vieram para o Brasil em 1925, fugindo da guerra. Com dois filhos, desembarcaram em Curitiba e depois foram morar em Prudentópolis.
A ideia de homenagear dona Sophia foi dos irmãos Gustavo Moreira Guilherme Moreira, netos dela, de Cascavel (PR). Eles são parte de um grupo de treze netos de Dona Sophia, que tem seis filhos e oito bisnetos.

O objetivo com o restaurante é atender a uma demanda da região com uma boa comida caseira em um ambiente caseiro. “A arquitetura foi pensada em um ambiente caseiro, com porta retratos, palhas, toalhas de crochê e cestos”, destacam os irmãos.
No restaurante, trabalham cinco pessoas na cozinha junto com o chef, e mais cinco pessoas fazem atendimento no salão. O buffet é por quilo.


Os netos contam que ainda na infância Dona Sophia demonstrou interesse pela culinária, pois aprendeu a cozinhar com o pai, que havia trabalhado como cozinheiro na Ucrânia. “Depois estudou no colégio de freiras ucranianas, onde cozinhava, fazia bolos, aprendeu crochê”.
“Todos da família amam o tempero e comidinhas da vó, daí surgiu a ideia dos dois netos abrirem um restaurante onde homenageassem a matriarca da família e onde todos pudessem saborear algumas receitas dela”.
História
Dona Sophia conserva uma lucidez e é bastante simpática. Conta que os pais chegaram da Ucrânia de navio junto com dois irmãos, desembarcaram em Curitiba e depois foram para Prudentópolis. Dois seis aos nove anos estudou em um colégio semi-interno. “Aprendi muita coisa… crochê aprendi a fazer lá, ajudava as freiras”, conta.
Aprendeu a cozinhar cedo, ainda aos 14 anos, por influência do pai, que era cozinheiro. “Ele me ensinou a cozinhar, o pai e a mãe”. Junto com a mãe, dona Sophia fazia várias receitas: muita sopa, sonho, bolinho de chuva, pão de mel, compotas de todo tipo. “Meu pai tinha um pomar e a ameixa ele encapava pra gente não tirar antes do tempo, ele que tirava”, brinca. Sophia cozinhava para a igreja ucraniana e chegava a fazer 25 bolos de uma vez. “As irmãs gostavam e pediam”.
Entre os pratos que mais gosta de comer, ela cita batata, repolho, sopa vermelha, pierogue, polenta e arroz doce. Mas hoje o que mais gosta de comer é risoto, carne assada, peixe. “Sopa gosto de todo tipo, fruta. Faço pão, faço rosca, sonho, sequilho”, diz.
“Me sinto muito feliz cozinhando”.
Mesmo com um talento apurado para a culinária, Dona Sophia nunca pensou em ter um restaurante e que também gosta de comer a comida que ela mesma faz. Mas está feliz com a homenagem.
“Muita gente vai lembrar de mim”, diz.
Prato típico
No restaurante em Maringá, os clientes encontrarão pratos diferentes todos os dias, e em diversas receitas encontrarão um ‘toque’ da Dona Sophia, com temperos e modos de preparo utilizados por ela. Mas o carro chefe será servido sempre: o Pierogue Dona Sophia, um pastel cozido e salgado, com receita da própria Dona Sophia.

Restaurante Dona Sophia
Endereço: Avenida Independência, 122 (em frente ao Hospital Bom Samaritano)
Funcionamento: Segunda a sábado, das 11h às 14h
