Empresa de Maringá e UEM desenvolvem teste de covid-19 que dá resultado em 3 segundos
Uma empresa de Maringá desenvolveu um teste ultrarrápido para detectar o coronavírus. O resultado sai em três segundos e a precisão é de 90%.
O software que permite a realização do teste funciona em conjunto com um espectrofotômetro, um aparelho comum no mercado. O scanner do espectrofotômetro, guiado pelo software, analisa a saliva da língua em busca de partículas virais. Em três segundos, vem o resultado, com alta precisão.
A tecnologia desenvolvida por uma empresa de software, a Gluco Scan, e validada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi apresentada nesta sexta-feira, 18, como algo inédito no mundo.
O virologista Dennis Bertolini, que comandou o estudo científico para validar a técnica, diz que o teste ultrarrápido pode ser usado, por exemplo, no transporte público.
“Permitiria ser utilizado em grande escala para fazermos triagem. Ou seja, se o paciente está negativo, tudo bem. Se ele está positivo, faz o isolamento desse paciente e a confirmação pelo PCR. A pessoa nada mais faz do que colocar a língua para fora da boca. Nós colocamos um filme de proteção para não ter nenhuma exposição ao paciente, e aplicamos um aparelho que emite um raio infravermelho e obtém uma imagem da língua. Ele analisa essa imagem num software e consegue definir, pelo padrão de proteínas que existe na língua, se o teste é positivo ou negativo”, detalha Bertolini
O exame, além de rápido, não é invasivo. E o custo para a testagem em massa é muito menor do que os exames disponíveis atualmente. “Esse equipamento não tem custo. Ele tem o custo inicial para você adquirir a metodologia e isso se paga com a quantidade de testes que nós poderíamos fazer na população de forma rápida e diminuindo o custo com a transmissibilidade”, considera o virologista.
A empresa que desenvolveu o software, batizado de SpectroCheck, entrou com o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 7 deste mês e aguarda uma resposta da agência reguladora.
O engenheiro de software João Otávio Sedovski Garcia diz que a inovação é disruptiva. “Esse software é aplicável a qualquer tipo de espectrofotômetro disponível no mercado. A técnica aplicada possibilita que você receba o seu resultado e tratamento ainda quando está assintomático, antes que isso vire uma comorbidade que te leve ao hospital”, afirma.
A técnica também poderá ser utilizada para detectar outros tipos de doenças.