Maringá: Lotados, hospitais enfrentam falta de profissionais; sistema de saúde pode colapsar, diz secretário
Autoridades de saúde de Maringá e de municípios da região expressaram preocupação com o atual cenário da pandemia de coronavírus na Macrorregião Noroeste durante reunião nesta sexta-feira, 27. Dirigentes de hospitais relataram que já enfrentam a falta de profissionais por causa da grande demanda. A Secretaria Municipal de Saúde disse que, se nada for feito, o sistema de saúde pode não suportar.
A reunião ocorreu no Paço Municipal e teve a presença de autoridades de saúde, representantes de hospitais, da 15ª Regional de Saúde e equipes da Prefeitura de Maringá.
O prefeito Ulisses Maia iniciou o encontro pedindo ajuda aos hospitais para que, juntos, encontrem uma saída para superar o atual cenário.
A preocupação não é apenas com Maringá, mas se estende a cidades da região. Hospitais de Campo Mourão, Umuarama e Paranavaí estão no limite, trabalhando com UTIs lotadas. Nesse cenário, Maringá, que é referência médica no estado, deve receber pacientes de outras localidades que não conseguem comportar toda a demanda, o que gera ainda mais sobrecarga ao sistema de saúde da cidade.
Dirigentes de hospitais disseram que é possível, sim, abrir novos leitos de UTI exclusivos para tratamento de pacientes com covid-19 e remanejar outras unidades. Contudo, mesmo assim, será difícil atender a todos porque faltam funcionários.
Muitos profissionais da saúde estão ficando doentes pela carga excessiva de trabalho e também porque estão se contaminando. Há, ainda, uma parcela que pede demissão diante da grande demanda.
Durante a fala, o secretário de Saúde de Maringá, Jair Biatto, afirmou que, hoje, o Paraná é o estado do País com a maior taxa de transmissão de coronavírus. Na opinião dele, essa taxa deve estar se aproximando de 2, o que indica uma transmissão muito alta do vírus e um possível crescimento exponencial de casos.
Segundo Biatto, essa situação ainda é um reflexo dos feriados prolongados deste segundo semestre. No entanto, reforçou que, se não houver compreensão e isolamento por parte da população, o sistema de saúde não vai suportar.
Na opinião de todos que estavam presente, é preciso frear a contaminação, restringindo a circulação de pessoas. E pelo jeito não adianta apenas apelar, a população perdeu o medo, disse o secretário de Saúde.
O médico Daoud Nasser, da diretoria de um hospital particular, sugeriu a adoção de um modelo de restrição que possa diminuir a circulação de pessoas sem o fechamento radical de atividades econômicas.
Durante a reunião, o prefeito Ulisses Maia disse que em conversa com o governador Ratinho Junior, nesta quinta-feira, 26, recebeu a informação de que medidas restritivas poderiam ser anunciadas na próxima segunda-feira, 30.
Na entrevista coletiva, o prefeito explicou que o governador entende que não adianta decretos municipais. A medida deve ser conjunta, partindo do estado.
Em outra reunião, o prefeito tratou do tema com lideranças da comunidade e da região.
Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.