Bolsas da Europa fecham em alta, com CPIs impulsionando expectativas de cortes de juros por BCs


Por Agência Estado

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta nesta quarta-feira, 18, em sessão que contou com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro e do Reino Unido. Nos dois casos, as leituras favoreceram uma percepção de que os respectivos bancos centrais deverão adotar uma postura mais branda daqui em diante para lidar com a inflação. Investidores aguardam ainda a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) após o fim do pregão europeu, quando é esperado um corte de 25 pontos base na taxa de juros do banco central americano.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,16%, a 514,50 pontos.

O CPI britânico acelerou à taxa anual de 2,6% em novembro. Sem surpresas, o indicador elevou as apostas por relaxamento monetário do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) ao longo de 2025, que haviam sido drasticamente reduzidas na terça, na esteira de dado que mostrou avanço dos salários. Para a quinta-feira, a expectativa ainda é pela manutenção da taxa básica do BOE. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,05%, a 8.199,11 pontos.

O CPI anual da zona do euro acelerou para 2,2% em novembro, ante 2,0% em outubro. O resultado final de novembro ficou abaixo da leitura prévia e da previsão de analistas consultados pela FactSet, ambas de 2,3%. Para o Commerzbank, a tendência de queda lenta da taxa básica continua. O banco espera que a inflação subjacente enfraqueça ainda mais nos próximos meses, o que deverá encorajar o BCE a reduzir ainda mais as taxas diretoras no próximo ano.

O economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmou nesta quarta que os dados recentes são consistentes com o retorno da inflação à meta de 2% de forma sustentada na zona do euro. Lane disse que os indicadores também sugerem um arrefecimento nas dinâmicas preços de serviços, o que deve apoiar contínuo alívio da inflação doméstica. O dirigente defendeu uma abordagem “ágil” para a política monetária, em um quadro de incertezas elevadas. A postura pressupõe que as decisões serão tomadas individualmente a cada reunião e que a instituição não está comprometida com uma trajetória predefinida para os juros, explicou.

Entre os principais movimentos individuais, a ação da Renault saltou 5,55% em Paris, após relatos de que a Honda negociará uma fusão com a Nissan, da qual a montadora francesa é acionista. As empresas evitaram confirmar as discussões formais, mas reconheceram que estudam potenciais “colaborações futuras”. Na cidade, o CAC 40 subiu 0,26%, a 7.384,62 pontos. Em Milão, UniCredit subiu 1,31%, depois que o banco ampliou a 28% a participação no Commerzbank, cujo papel ganhou 1,63% em Frankfurt, onde o DAX avançou 0,07%, a 20.260,90 pontos. Na cidade italiana, o FTSE MIB avançou 0,25%, a 34.400,99 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve alta de 0,36%, a 11.629,40 pontos. Por outro lado, o PSI 20 caiu 0,28%, a 6.294,53 pontos, em Lisboa.

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