Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

01 de outubro de 2024

Campos Neto afirma que optar por juro mais baixo sem âncora fiscal é produzir inflação


Por Agência Estado Publicado 01/10/2024 às 13h05
Ouvir: 00:00

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 1º de outubro, que o Brasil precisará, no médio prazo, de um programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo, se quiser conviver com juros mais baixos de forma sustentável. “Optar por juros artificialmente mais baixos sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo”, ele disse, em um evento organizado pela Crescera Capital, em São Paulo. “A gente precisa buscar uma harmonia entre a política fiscal e a política monetária.”

Segundo o presidente do BC, o mercado vem falando repetidamente da importância de transparência da política fiscal. Isso significa, ele explicou, que é importante saber que o resultado primário de fato representa um esforço fiscal associado àquele número.

O banqueiro central repetiu que, sempre que o País conseguiu diminuir a taxa Selic de forma sustentável, esse movimento foi acompanhado pela percepção de um choque fiscal positivo. Se o mercado duvida da trajetória da dívida, a parte longa da curva de juros sobe e torna-se difícil conviver com taxas baixas, disse.

Campos Neto acrescentou que o Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários e que obter esses números é importante para pagar os gastos da pandemia. Por isso, afirmou que a precificação do País ainda parece “exagerada.”

Convergência da inflação na América Latina

O presidente abriu a palestra destacando o efeito da alta dos juros na convergência da inflação global após a pandemia. Porém, ponderou, esta convergência teve uma pausa mais recentemente, sendo que a inflação cheia na América Latina voltou a subir, puxada por alimentos e bebidas.

No evento, ele destacou, ainda em sua abordagem sobre o cenário externo, que a inflação de serviços está muito alta em vários lugares do mundo, dado o mercado de trabalho apertado na esteira de mudanças estruturais.

Cenário geopolítico ‘bastante complexo’

Além do cenário geopolítico “bastante complexo”, Campos Neto citou a dívida global muito alta como um grande desafio do mundo, e disse que a produtividade está ruim na Europa, ao mesmo tempo em que recua na Ásia.

Tanto a fragmentação do comércio global quanto a transição verde, observou, trazem um custo no curto prazo a ser observado pelos banqueiros centrais.

Segundo Campos Neto, o envelhecimento da população é também um grande desafio à frente.

O presidente do BC também fez observações sobre as eleições norte-americanas, cujas propostas dos candidatos, reiterou, são inflacionárias, como a maior restrição a produtos chineses, assim como não endereçam o problema fiscal. A avaliação é de que o avanço do protecionismo, sugerido pelas campanhas, pode impactar o crescimento tanto da China quanto dos Estados Unidos.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Minas e Energia pede que Aneel avalie revisão da bandeira tarifária de outubro


O Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou nesta terça, 1º, o pedido para a Agência Nacional de Energia Elétrica…


O Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou nesta terça, 1º, o pedido para a Agência Nacional de Energia Elétrica…

Economia

Reunião entre governo e empresários da navegação expõe desconfianças sobre planos de dragagens


Os planos do governo federal para dragagens de rios e canais usados pela navegação comercial foram apontados como deficientes por…


Os planos do governo federal para dragagens de rios e canais usados pela navegação comercial foram apontados como deficientes por…

Economia

Apostadores terão 10 dias para resgastar valores de bets que estiverem irregulares, diz Haddad


Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, 1º, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a lembrar que os apostadores terão…


Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, 1º, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a lembrar que os apostadores terão…