Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

14 de dezembro de 2025

Cautela fiscal limita queda do dólar em dia positivo para divisas emergentes


Por Agência Estado Publicado 08/10/2025 às 18h06
Ouvir: 00:00

Após rondar a estabilidade ao longo da tarde, o dólar à vista se firmou em leve baixa na reta final dos negócios e encerrou a sessão desta quarta-feira, 8, em queda de 0,11%, a R$ 5,3442. Operadores afirmam que o real enfrentou alguma dificuldade para acompanhar o movimento de apreciação de divisas emergentes pares, como os pesos mexicano e chileno, em razão de cautela com o quadro político e fiscal doméstico.

Investidores monitoram a tramitação da Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, que pode caducar se não for aprovada ainda nesta quarta na Câmara dos Deputados e no Senado.

O texto foi aprovado na terça à noite por 13 votos a favor e 12 contrários em Comissão especial, prevendo arrecadação de R$ 17 bilhões, uma redução de R$ 3 bilhões em relação do previsto inicialmente. A perda de validade da MP representaria uma derrota para o governo Lula, que seria obrigado a promover cortes de gastos para cumprir a meta fiscal de 2026.

Para o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia, a volta das preocupações com o quadro fiscal doméstico nos últimos dias levou a uma pausa no processo de apreciação do real. “Temos essa apreensão com a MP e também a percepção de que o governo já está com um discurso mais eleitoral e estuda um projeto para zerar a tarifa de ônibus”, afirma Garcia. “O mercado já está um pouco preocupado com o anúncio de medidas mais populistas”.

Segundo reportagem do Valor Econômico, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou que o governo considere a possibilidade de implementar a gratuidade da tarifa de ônibus no País neste ano ou no próximo. De acordo com ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou estudos sobre o tema, mas ainda não há avaliação sobre a viabilidade da tarifa zero no transporte público.

O mercado também digeriu novo levantamento reforçando a tendência de melhora da popularidade de Lula. Pesquisa da Genial/Quaest mostra que a aprovação do governo está no melhor nível desde janeiro. A gestão do petista é aprovada por 48% dos entrevistados e desaprovada por 49%. A pesquisa ainda mostra que a rejeição à anistia dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro aumentou em relação ao levantamento anterior.

É figurinha fácil entre participantes do mercado de que a possibilidade de uma política fiscal mais austera com a eventual vitória de um candidato da oposição na corrida presidencial de 2026 reduziria os prêmios de risco associados a ativos domésticos, abrindo espaço para uma nova rodada de apreciação do real.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – avançou pelo terceiro dia seguido, tocando pontualmente o nível dos 99,000 pontos na máxima da sessão. O Dollar Index já acumula ganhos de mais de 1,10% nesta semana.

O euro voltou a tropeçar com a crise política na França, após a renúncia precoce do primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu. O iene amargou queda de mais de 0,50% em relação ao dólar, com a possibilidade de uma política fiscal mais frouxa com a provável ascensão da nova líder do Partido Liberal Democrata, Sanae Takaichi, ao posto de primeira-ministra.

Analistas lembram que o iene é muito utilizado como moeda de financiamento para operações de carry trade. Uma desvalorização do iene tende a aumentar a atratividade de divisas emergentes, em especial as latino-americanas. Além disso, houve uma rodada de valorização do petróleo, com os principais contratos da commodity subindo mais de 1%.

Para Garcia, do C6 Bank, o real tende a se manter comportado até o fim do ano, apesar dos ruídos fiscais e do provável aumento de remessas ao exterior, com a perspectiva de que a moeda americana volte a se enfraquecer diante de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “Temos agora essa questão política na França e no Japão, mas a tendência global ainda é de um dólar fraco, o que favorece o real”, afirma.

Divulgada nesta quarta à tarde, a ata do encontro de política monetária do Fed em setembro, quando a taxa básica de juros foi reduzida em 25 pontos-base, o primeiro corte em 2025, não alterou as expectativas de redução de 50 pontos-base até o fim do ano.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Opportunity desponta como favorito a comprar ex-projeto de mina e Porto de Eike


A Bemisa, mineradora do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, é forte candidata a fechar a compra do Porto…


A Bemisa, mineradora do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, é forte candidata a fechar a compra do Porto…

Economia

Júri decide que Johnson & Johnson deve US$ 40 Mi a 2 pacientes com câncer que usaram talco


Um júri de Los Angeles, nos Estados Unidos, concedeu, ontem, 12, uma indenização de US$ 40 milhões a duas mulheres…


Um júri de Los Angeles, nos Estados Unidos, concedeu, ontem, 12, uma indenização de US$ 40 milhões a duas mulheres…

Economia

Com busca por arrecadação, Brasil teve em 2024 maior carga tributária em mais de 20 anos


O Brasil registrou, em 2024, a maior carga tributária bruta (CTB) dos últimos 22 anos. Os tributos atingiram 32,2% do…


O Brasil registrou, em 2024, a maior carga tributária bruta (CTB) dos últimos 22 anos. Os tributos atingiram 32,2% do…