O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 11, que vai se reunir na tarde desta terça-feira, 12, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir a forma de encaminhamento do pacote de corte de gastos ao Congresso. Segundo ele, o chefe do Executivo pediu ainda que fosse incluído mais um ministério na proposta elaborada pela equipe econômica – porém, Haddad não revelou qual.
“O presidente pediu um esforço para incluir um ministério nesse esforço, uma negociação que deve ser concluída até quarta-feira”, disse. “Eu não vou adiantar porque eu não sei se o ministério vai ter tempo hábil de incorporar o pedido dele, mas acredito que vai haver boa vontade para a gente incorporar uma medida a mais”, completou.
O ministro esclareceu ainda que já tem conversado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o teor do corte. Na terça-feira à tarde, no entanto, tratará especificamente com Lula a forma de apresentação do conjunto de medidas. Pela manhã, Haddad terá uma nova rodada de reuniões com ministérios, mas sobre assuntos que não se referem ao corte de gastos, segundo ele.
O ministro evitou cravar uma data de divulgação das propostas, mas reiterou que os detalhes pendentes na semana passada foram “superados” e que as reuniões com os ministérios de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, e Educação já foram concluídas. Segundo ele, os atos formais já estão sendo feitos e encaminhados para a Casa Civil. Ontem, alguns ministros ainda se reuniram com Lula no Palácio do Alvorada para tratar sobre as medidas, disse Haddad.
O ministro enfatizou que foram feitas mudanças nas propostas em discussão, mas negou que tenha ocorrido uma “desidratação” do pacote elaborado pela equipe econômica. “Teve ajustes, teve aperfeiçoamentos incorporados, sim, mas eu não chamaria de desidratação. Pelo contrário. Penso que torna as medidas mais compreensíveis, mais palatáveis. Nós entendemos que o processo foi muito benéfico”, avaliou.
Ele reforçou que a diretriz principal do corte a ser anunciado é de fortalecer o arcabouço fiscal. “(Diretriz) de trazer para dentro do arcabouço fiscal aquilo que eventualmente não tivesse comportando da maneira como nós esperamos para consolidar essa transição de um regime de déficit elevado e baixo crescimento para um regime de equilíbrio fiscal com crescimento sustentável”, enfatizou.