19 de setembro de 2025

Dia do tarifaço de 50% chega com Lula e Trump ainda sem diálogo


Por Agência Estado Publicado 06/08/2025 às 07h07
Ouvir: 03:28

O tarifaço imposto pelos EUA a produtos brasileiros chega com o diálogo ainda travado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Ao participar de reunião nesta terça, 5, do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Lula disse que não ligaria para Trump porque o presidente americano não quer conversar.

“Não vou ligar para o Trump para negociar nada (sobre o tarifaço), porque ele não quer”, discursou Lula, para afirmar em seguida: “Mas pode ficar certa, Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente). Vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP (a reunião global sobre mudanças climáticas, que desta vez vai acontecer em Belém); quero saber o que é que ele pensa da questão climática”.

Lula voltou a reclamar que o presidente americano poderia ter ligado antes para ele ou para o vice-presidente Geraldo Alckmin, já que haveria disposição de diálogo em relação à imposição de novas tarifas. O tarifaço foi divulgado por meio de carta publicada em rede social. “O presidente americano não tinha direito de anunciar taxações como anunciou ao Brasil.”

Previsto para entrar em vigor nesta quarta, 6, o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros teve, entre outras justificativas, o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Para Trump, existe uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro. Lula disse ver nisso interesse eleitoral. “O pretexto (para a taxação) não é nem político, é eleitoral.”

As novas declarações vêm depois de acenos mútuos na sexta-feira passada. Em resposta a uma pergunta de jornalista da TV Globo, Trump disse que “ele (Lula) pode falar comigo quando quiser”. Lula reagiu horas depois. Na rede social X, ele escreveu que sempre esteve aberto ao diálogo e, no momento, trabalha para dar resposta às medidas tarifárias anunciadas por Trump. “Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições.”

Segundo levantamento da Secretaria de Comércio Exterior, a sobretaxa de 50% incidirá sobre 35,9% das exportações brasileiras para os EUA. Considerando dados de 2024, isso corresponderia a US$ 14,5 bilhões. O impacto só não será maior porque os EUA baixaram lista de exceções com cerca de 700 itens, entre eles, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro. A Embraer, fabricante de aviões, é uma das empresas que conseguiram reduzir a alíquota da sobretaxa.

O Brasil não estará sozinho por muito tempo nessas tarifas elevadas. Nesta quinta, 7, sobem também as taxas sobre produtos de mais algumas dezenas de países que exportam para os EUA, caso de Japão, Coreia do Sul e a União Europeia. A diferença é que em nenhuma dessas dezenas de nações a taxa será tão alta quanto no Brasil.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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