O dólar no mercado à vista passou a cair na manhã desta terça-feira, 26, após subir nos primeiros negócios. A queda moderada acompanha o enfraquecimento externo dos juros curtos dos Treasuries e do índice DXY do dólar ante seis pares principais, que subiam também mais cedo. Altas de mais de 1% dos preços do petróleo, com acirramento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, e o ganho de 0,34% do minério de ferro na China podem estar induzindo o alívio no câmbio, via realização de lucros e eventual entrada de fluxo comercial no mercado à vista.
Podem estar ecoando ainda a reação positiva do mercado local no fim da tarde ontem às notícias sobre corte de gastos, enquanto os investidores digerem o novo adiamento do anúncio do pacote fiscal, provavelmente mais para o fim da semana.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que o plano trará mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), no salário mínimo e no abono salarial, além das já ventiladas alterações na previdência dos militares. Não haveria alterações nos pisos de saúde e educação.
Na abertura, o mercado de câmbio olhou ainda o avanço de 0,62% do IPCA-15 de novembro, que superou o de outubro (0,54%) e ficou perto do teto das projeções do mercado (0,64%), contribuindo ainda para avanço dos juros futuros mais cedo.
Lá fora, pesaram na alta do DXY mais cedo a promessa de aumento de tarifas comercial em janeiro à China, Mexico e Canadá pelo próximo presidente dos EUA, Donald Trump e acirramento da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em relação ao pacote fiscal, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse ontem que a decisão sobre as medidas “dificilmente” será divulgado hoje. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reúne com líderes do governo no Congresso para tratar sobre o pacote de corte de gastos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Casa Civil ainda vai marcar a reunião do governo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para detalhar as medidas de corte de gastos.
A agenda desta terça-feira trás ainda em destaque a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) às 16 horas.
Às 9h43, o dólar à vista caía 0,19%, a R$ 5,7935, após subir mais cedo à máxima intradia de R$ 5,8285 (+0,40%). O dólar futuro de dezembro cedia 0,17%, a R$ 5,7935, após máxima a R$ 5,8285 (+0,43%). O índice DXY do dólar perdia 0,24%, a 106,57, após ter subido até 107,50 no começo do dia. O juro da T-Note 2 anos cedia a 4,243%, de 4,266% no fim da tarde anterior.