13 de agosto de 2025

‘É como se o comércio fosse proibido’, diz Abimaq, sobre tarifas


Por Agência Estado Publicado 14/07/2025 às 09h30
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A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) afirmou confiar na reversão da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros exportados para o território americano. Já o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, teme que o estresse político entre Brasil e EUA prejudique a negociação que estava em curso por cotas para livrar o Brasil da tarifa específica para o aço.

Segundo o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, levar a medida adiante significa decretar o fim do comércio entre os países, o que não faz sentido estratégico na guerra comercial travada pelos EUA com a China.

Assim, a tendência, acredita Velloso, é de as partes negociarem um acordo, de forma que, apesar do susto com a elevação tarifária, as empresas não estão desesperadas. “A expectativa é de negociação porque não tem como aplicar uma tarifa de 50%. É como dizer ‘está proibido fazer negócio com o Brasil’, já que obriga o Brasil a aplicar a reciprocidade”, diz Velloso.

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações das máquinas e equipamentos produzidos no Brasil. No ano passado, os embarques foram da ordem de US$ 3,5 bilhões. Porém, as empresas brasileiras trazem um número ainda maior de máquinas dos EUA: US$ 4,7 bilhões.

Sem explicação

A avaliação da Abimaq é a de que não há justificativa para a imposição de tarifas adicionais se o comércio bilateral é vantajoso para os Estados Unidos. Quando se somam todos os produtos da pauta, o Brasil teve mais de US$ 88 bilhões em déficit comercial com os Estados Unidos nos últimos 16 anos, aponta a entidade.

Para Velloso, não bastasse o atrito com um país a quem os EUA mais vendem do que compram, a tarifa contra o Brasil, a maior até aqui entre as comunicadas por carta desde segunda-feira, tem o efeito colateral de favorecer a competitividade dos produtos chineses no mercado americano. Nesse sentido, avalia, a medida não tem lógica dentro do objetivo do presidente americano de reverter o déficit comercial com os chineses: “Não faz sentido”.

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