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14 de dezembro de 2025

FUP: gastos da Petrobras no Amapá superam R$ 1 bi e contrato da sonda vence dia 21


Por Agência Estado Publicado 13/10/2025 às 12h07
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertou nesta segunda-feira, 13, para os custos crescentes que os atrasos no licenciamento ambiental vêm impondo à Petrobras com a demora da liberação da exploração do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira, no litoral do Amapá.

Após a realização de uma Avaliação Pré-Operacional, em setembro, a expectativa era de que a licença para perfurar o primeiro poço de uma série de oito na região fosse concedida no início de outubro. O contrato de aluguel da sonda de perfuração ODN II, firmado pela Petrobras com a Foresea vence no próximo dia 21, destaca a FUP. Pelo contrato atual, a estatal paga R$ 4 milhões por dia pela sonda.

Desde 2022, quando a estatal assumiu a operação do bloco, já foram gastos mais de R$ 1 bilhão, somente com atividades relacionadas ao licenciamento ambiental, sendo R$ 543 milhões com aluguel da sonda de perfuração, R$ 327 milhões com embarcações e R$ 142 milhões com serviços aéreos, informou a entidade sindical.

“Esses valores demonstram o compromisso da Petrobras com a segurança ambiental, mas também reforçam a urgência de decisões técnicas ágeis por parte dos órgãos responsáveis. As etapas necessárias para explorar com segurança essa nova fronteira energética do País não podem ser travadas por questões administrativas ou indefinições regulatórias”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Ele observou que o cenário atual do setor de exploração da Petrobras traz uma preocupação estratégica para o futuro da companhia.

“Projetos exploratórios de grande porte não avançam porque não conseguem licença ambiental para operar, enquanto projetos menores acabam sendo postergados, como Seap (Sergipe Águas Profundas, na Bacia Sergipe-Alagoas) Albacora, Barracuda e Marlim Leste (na bacia de Campos), cuja revitalização foi adiada para depois de 2030”, afirma Bacelar.

Seap

Na próxima quarta-feira, 15, a Petrobras abre os envelopes da licitação das plataformas de Seap I e II. Segundo fontes, pelo menos quatro propostas devem ser entregues nesta terceira concorrência aberta para o projeto de Sergipe. O prazo para exploração deverá constar no Plano Estratégico 2026-2030 da estatal.

Outra licitação que pode ter fechamento ainda este ano, segundo a diretora executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, se refere à plataforma P-88, prevista para ser instalada no campo de Albacora, na bacia de Campos. O edital de licitação foi lançado em março deste ano.

Já outras licitações que estavam na mira da estatal, para os campos de Barracuda-Caratinga, Marlim Sul e Marlim Leste “voltaram para a prancheta”, segundo a diretora, para serem simplificados e, com isso, terem um custo menor para a companhia. “Só devemos voltar a licitar no final de 2026 ou início de 2027”, informou.

Segundo a FUP, com a demora dos projetos brasileiros, praticamente todos os projetos de exploração da Petrobras para 2028-2029 estão direcionados para o exterior, deslocando investimentos e oportunidades que poderiam fortalecer a indústria e a soberania energética nacional.

“A questão é sempre a mesma: a dificuldade em obter licenciamento ambiental na Foz do Amazonas e em outras áreas sensíveis. Por outro lado, a área de exploração da Petrobras não adquire blocos em bacias sedimentares já conhecidas, como Sergipe, Campos, Solimões e Espírito Santo”, disse o dirigente da FUP.

De acordo com Bacelar, o Brasil corre o risco de entrar em uma paralisia exploratória e a Petrobras corre o risco de perder protagonismo e ficar excessivamente dependente de ativos internacionais.

“Não produzir petróleo no Brasil fará com que esse mercado seja ocupado por outros países. Significa que não teremos recursos para pesquisa e desenvolvimento. As bacias de Campos, do Espírito Santo e de Santos não são eternas”, alertou Bacelar, lembrando que o Brasil hoje é o País que produz petróleo com a menor pegada de carbono entre os grandes produtores do mundo, consequentemente emitindo menos gases de efeito estufa.

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