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18 de dezembro de 2025

Haddad: Fazenda e BC nunca divergiram sobre a direção da política, debate é sobre doses


Por Agência Estado Publicado 18/12/2025 às 18h30
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 18, que a pasta dele e o Banco Central (BC) nunca divergiram sobre a direção da política monetária, e sustentou que o debate entre eles é sobre doses. “Fazenda e Banco Central nunca divergimos sobre a direção da política, não houve divergência em relação a isso. Houve debate sobre dose, sobre intensidade”, disse o ministro em café com jornalistas. “A gente concordava em relação à direção e discutia intensidade.”

Ele disse ser natural e lhe causar espanto que a discussão não possa ser feita “de maneira civilizada”, “pois logo alguém repreende a Fazenda de estar questionando a autonomia do Banco Central”.

Em seguida, Haddad afirmou que as ponderações sobre a atuação do BC não deveriam “ferir nem causar tanta celeuma”.

Patamar da Selic

O titular da Fazenda defendeu que, no começo do ano, a providência tomada pelo BC foi correta, tiveram que dar choque nos juros, “até para dissipar aquela sensação que foi causada pelo anúncio do Imposto de Renda”. Ele resgatou projeções de economistas quando do anúncio do projeto do IR que causaram “um furor no mercado”, dizendo que, “lamentavelmente, era essa a narrativa do mercado financeiro”.

“Com a apresentação do projeto, o dólar começou a cair, assim que as pessoas tomaram conhecimento que o projeto tinha compensação justa. Vários liberais passaram elogiar depois que conheceram a proposta”, completou. Haddad revelou que aquele foi um período “muito difícil”.

Afirmou também que, devido ao grau de especulação daquele momento (fim de 2024), a autoridade monetária ficou sem alternativa. “Aí discutiu-se dose, onde para (a taxa Selic), em 14,25%? Vai até 15,0%? Qual é o problema de discutir isso? Não tem problema nenhum. E a rigor, historicamente, Fazenda e BC discutem exatamente isso, a única coisa que a gente discute é isso”, defendeu. “Não tem cabimento, é uma coisa muito de mentalidade subdesenvolvida, na minha opinião, tem que amadurecer.” Ele defendeu o compartilhamento de “sensações, projeções e dados” com o BC. E completou dizendo ser normal trocar impressões e informações.

Haddad disse ainda pregar uma harmonia entre política monetária e fiscal “desde o primeiro dia”, alegando que não há como dissociar fiscal e monetário. “Na verdade, você faz isso para fins operacionais”, argumentou. “Chega uma hora em que o monetário começa afetar o fiscal e às vezes o fiscal afeta o monetário. Se a autoridade monetária, por exemplo, fica prometendo metas que não cumpre, que não são factíveis, críveis, que não persegue, se entendem que ela fala uma coisa e faz outra, a falta de credibilidade da autoridade fazendária repercute na política monetária, e vice-versa”, prosseguiu.

O ministro se queixou da exploração de divergências entre Fazenda e BC. “Às vezes, as pessoas tentam explorar divergências, é natural que nós tenhamos perspectivas, cada um está olhando para o seu quintal. E a conversa pública e privada, que é sempre a mesma, é no sentido de harmonizar, para que a trajetória da economia seja a mais virtuosa possível.”

Haddad voltou a dizer que respeita todas as projeções, citando a Focus como exemplo, mas destacou que tem que acompanha a feita pela Fazenda.

Ele fez elogios a seu secretário de Política Econômica (SPE), Guilherme Mello. “Acho que o Guilherme Mello é uma surpresa muito agradável para muita gente, para mim não, porque conheço ele há muito tempo”, avaliou. “Ele tem acertado muito em relação ao mercado, que tem sido sempre mais pessimista que a SPE.”

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