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04 de janeiro de 2025

Japão revê política energética e prevê mais do que dobrar geração nuclear


Por Agência Estado Publicado 01/01/2025 às 07h07
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O governo do Japão está revendo sua política energética e prevê ampliar novamente o uso das plantas nucleares para conseguir acomodar a crescente demanda por energia, ao mesmo tempo que pretende cumprir as metas de descarbonização assumidas pelo país. A decisão ocorre 13 anos após o desastre com a usina de Fukushima, que teve reatores afetados por um terremoto e um tsunami, em março de 2011.

A nova proposta diz que a energia nuclear deve responder por 20% do fornecimento de energia do Japão em 2040, em comparação com apenas 8,5% em 2023, enquanto o país pretende expandir as energias renováveis para 40% a 50% (ante 22,9% antes) e reduzir a energia movida a carvão para a faixa entre 30% e 40%, em comparação com quase 70% em 2023.

A demanda por energia de baixo carbono, como a renovável e a nuclear, está crescendo devido à demanda dos centros de dados que usam inteligência artificial e de fábricas de semicondutores em todo o país.

No fim de dezembro, um painel de especialistas comissionado pelo governo japonês apoiou amplamente a nova política de energia do país para os próximos anos, que exige o reforço das fontes renováveis até a metade das necessidades de eletricidade até 2040, maximizando o uso da energia nuclear.

O Ministério da Indústria apresentou minuta do plano para revisão final pelo painel de 16 membros, em sua maioria pró-nucleares, de empresas, acadêmicos e grupos civis. O texto prega a maximização do uso da energia nuclear, revertendo uma política de eliminação gradual adotada após a crise de derretimento na usina de Fukushima, que levou a um grande deslocamento de residentes e a um sentimento antinuclear persistente entre os japoneses.

O plano deve receber a aprovação do Executivo em março, após um período de consulta, e substituirá a atual política energética, que data de 2021.

Segurança energética

O ministro da Indústria, Yoji Muto, que participou da reunião do painel, disse que o Japão deve fortalecer sua segurança energética, sem depender muito de uma única fonte de geração.

“Como podemos garantir, a energia descarbonizada determina o crescimento futuro do Japão”, disse Muto. “É hora de parar de discutir entre energia renovável e energia nuclear. Devemos maximizar o uso de energias renováveis e nuclear”, completou ele.

O Japão estabeleceu a meta de atingir zero emissões líquidas de gases que causam o aquecimento climático até 2050 e uma redução de 73% até 2040, em comparação com os níveis de 2013.

A minuta do plano de energia coloca as energias renováveis como a principal modalidade e pede o desenvolvimento de fontes de energia de última geração, como baterias solares e painéis solares portáteis.

O texto descreve vários cenários de risco, incluindo a possibilidade de investimento menor do que o esperado e aumento de custos em energias renováveis. No entanto, alguns especialistas disseram que o plano não apresenta uma perspectiva de viabilidade para 2040 ou um roteiro para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.

O plano também exige a aceleração da retomada dos reatores que atendem aos padrões de segurança pós-Fukushima e propõe a construção de equipamentos com novas tecnologias – em usinas onde os reatores existentes estão sendo desativados.

Ainda assim, para atingir a meta de 20% todos os 33 reatores viáveis no Japão teriam de ser reativados, sendo que apenas 14 voltaram a operar após o desastre de Fukushima. Considerando o ritmo atual das verificações de segurança realizadas pela autoridade de regulamentação nuclear, os especialistas afirmam que seria difícil atingir a meta.

Apesar das críticas e do ceticismo em relação à sua viabilidade, o Japão ainda mantém sua busca pelo desenvolvimento de reatores avançados e um programa de reprocessamento de combustível para alcançar um ciclo completo de combustível nuclear. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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