15 de agosto de 2025

Paul Krugman: Trump não conseguirá demitir Powell do comando do Fed antes de maio


Por Agência Estado Publicado 16/07/2025 às 14h28
Ouvir: 03:05

O economista norte-americano Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia de 2008, não acredita que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai conseguir tirar o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, antes do fim do seu mandato, que termina em maio do próximo ano. O problema é quem virá depois, alerta.

“O que podemos esperar é que ele Trump continue pressionando o Fed a cortar as taxas de juros. Não acho que ele Trump conseguirá afastar Jerome Powell antes de maio próximo”, disse Krugman, em texto publicado nesta quarta-feira, 16.

O republicano voltou a negar que planeja demitir Powell, mas renovou as críticas ao chefe do Fed. O The New York Times revelou ainda que Trump teria mostrado um rascunho de uma carta de demissão do presidente do Fed a deputados republicanos, na noite desta terça, 15.

“Powell pode sair da presidência do Fed por fraude. A menos que haja fraude na reforma, não vamos demitir Powell”, disse Trump, hoje, afirmando ser “mais conservador que os republicanos sobre demissão de Powell” que “gostaram da ideia”.

Para Krugman, o problema é a escolha do sucessor de Powell no comando do principal banco central do mundo. “Quem quer que ele Trump escolha depois disso fará o que ele mandar”, afirmou. Na semana passada, o economista já havia dito que o futuro presidente do Fed será um “desastre” uma vez que Trump busca alguém que lhe dê “lealdade servil” para tocar a política monetária nos EUA.

O Nobel diz que o ex-diretor do Fed Kevin Warsh é uma “escolha provável”, mas que o chefe do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hasset, “que ninguém suspeita ter princípios independentes, pode estar em primeiro lugar” para suceder Powell.

“Se Warsh for escolhido, muitos em Wall Street provavelmente ficarão tranquilos, acreditando que ele é uma pessoa séria. Mas ele não é e nunca foi”, avaliou Krugman.

Ao relembrar uma análise de um discurso de Warsh de 2010, o economista disse que a credibilidade institucional do Fed é seu “ativo mais valioso”. Na sua visão, a confiabilidade no BC pode trazer consequências mais sérias para a economia do que os Treasuries de longo prazo.

O economista norte-americano disse ainda que a pressão por taxas mais baixas não faz sentido quando há por trás uma justificativa econômica. E teme pelo pior. “O Fed em breve será tão politizado quanto todo o resto do governo federal”, conclui o Nobel.

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