28 de junho de 2025

Pix automático é lançado pelo Banco Central; entenda como a novidade funciona


Por Agência Estado Publicado 05/06/2025 às 07h37
Ouvir: 04:47

O Banco Central (BC) lançou oficialmente nesta quarta-feira, 4, o Pix automático – entenda como ele funciona abaixo. Conforme a autoridade monetária, a nova funcionalidade promete transformar a forma como brasileiros lidam com pagamentos recorrentes como mensalidades escolares, planos de saúde, serviços de streaming e contas de condomínio. Apesar das expectativas, especialistas dizem que a substituição imediata de sistemas como o débito e crédito não deve acontecer tão cedo.

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Diferentemente do débito automático tradicional, o Pix automático pode ser oferecido por qualquer instituição financeira autorizada a operar com o sistema de pagamentos instantâneos, o que pode representar uma democratização desse tipo de serviço, antes restrito a grandes empresas com acordos bilaterais com bancos.

A primeira instituição a utilizar o Pix automático foi o Banco do Brasil, que o implantou no fim do mês de maio. Pelo cronograma oficial, no entanto, a ferramenta só estará disponível nos demais bancos a partir do dia 16 de junho, com pessoas físicas como pagadoras e empresas como recebedoras.

Como o Pix automático funciona?

De acordo com o BC, o Pix automático vai funcionar da seguinte forma: o pagador fará a autorização do pagamento e definirá regras, como o valor máximo de cada pagamento. Nos dias anteriores ao pagamento, a empresa deverá enviar a cobrança ao banco do pagador que, por sua vez, fará o agendamento do pagamento e notificará o pagador para que ele possa conferir, antes do dia do pagamento, se o valor cobrado está correto. O Pix Automático será gratuito para a pessoa pagadora.

Mais do que uma inovação técnica, o Pix automático pode marcar uma virada no acesso a serviços recorrentes no Brasil. Segundo uma pesquisa da Quaest, feita em fevereiro de 2025, cerca de 60% dos brasileiros de baixa renda não têm cartão de crédito. Por outro lado, o Pix já superou a marca de 160 milhões de transações em 24 horas e, apenas em 2020 – quando surgiu -, marcou 153,36 milhões de usuários. Nesse caso, 40,65 milhões eram de pessoas físicas e 12,71 milhões de pessoas jurídicas. Essa base evidencia o potencial de inclusão da nova modalidade apresentada pelo BC.

Maior controle

“O Pix automático elimina atritos dos pagamentos recorrentes e resolve dores como esquecimento e cartões expirados. Além disso, devolve ao consumidor o controle total dos seus pagamentos, inclusive com a possibilidade de cancelamento direto via aplicativo bancário, algo que o cartão de crédito ainda não oferece”, afirma Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil.

Apesar dessas vantagens e da capacidade de transformar a forma como os brasileiros lidam com cobranças recorrentes, o novo produto não deve substituir de imediato outras modalidades já consolidadas, como o débito automático.

“Sempre tomo cuidado quando dizem que algo vai matar outra coisa. Falaram que o Pix iria matar o boleto, e até hoje isso não aconteceu completamente”, afirma Renato Fairbanks, CEO da Iugu.

Durante a solenidade de lançamento ontem, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que o Pix é “o dinheiro que anda na velocidade do nosso tempo”. “Tem a velocidade dos negócios e da informação.”

Segundo ele, o pagamento de contas recorrentes vai ter menor custo. “Terão mais segurança de que vão receber, de quem vai pagar, de possibilitar o melhor controle das suas contas”, disse Galípolo.

Inclusão

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, afirmou que a ferramenta deve promover a inclusão de mais consumidores no mercado.

“Muitos consumidores estão excluídos de produtos online de comércio eletrônico, precisamente pela ausência de um meio de pagamento que contorne o ecossistema de cartões e que atinja consumidores que só têm uma conta bancária e, muitas vezes, um limite pequeno”, disse. “Esse lado da inclusão vai ser muito importante, tanto para consumidores como para as empresas. Será um ganha-ganha.”

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