Pouca liquidez, BC conservador e componente especulativo ajudam a levar dólar a R$ 6,17
O dólar escalou a R$ 6,1741 (alta de 1,32%) na manhã desta terça-feira, 17, no mercado à vista. O diretor de câmbio da Ourominas, Elson Gusmão, aponta que a taxa de câmbio está sendo pressionada por incertezas relacionadas às votações do pacote fiscal na Câmara e pela alta do dólar no mercado internacional, mas ressalta que há um componente especulativo significativo no atual patamar.
Segundo ele, o dólar a R$ 6,17 reflete uma forte demanda de multinacionais e fundos para remessas de dividendos ao exterior, enquanto os volumes ofertados pelo Banco Central (BC) em leilões têm sido insuficientes para atender à demanda elevada, típica de dezembro.
Gusmão observa que o BC tem adotado uma postura conservadora nos leilões, mesmo diante da maior demanda sazonal.
Ele explica que os leilões de linha atendem a demandas específicas, enquanto os leilões no mercado à vista geralmente são usados em momentos de escassez de liquidez.
Além disso, aponta que o BC pode estar hesitante em ofertar mais dólares no mercado à vista devido ao temor de que parte da valorização excessiva da moeda esteja sendo impulsionada por movimentos especulativos, em meio às incertezas fiscais.