18 de março de 2025

Presidente global da Telefónica pede aval para teles se consolidarem na Europa


Por Agência Estado Publicado 03/03/2025 às 09h25
Ouvir: 03:09

O presidente do Grupo Telefónica, Marc Mutra, defendeu, nesta segunda-feira, 3, que as operadoras de telecomunicações na Europa ganhem aval para fundir seus negócios e fazer frente ao que classificou como uma “dominância” das big techs dos Estados Unidos e da China que estão dominando os mercados globais. “Acreditamos que é hora de as grandes empresas de telecomunicações europeias terem permissão para se consolidar e crescer para criar capacidade tecnológica”, pleiteou Murtra.

A declaração do presidente global da espanhola Telefónica (dona da Vivo, no Brasil) veio logo no discurso de abertura da principal feira de telecomunicações do mundo, o Mobile World Congress (MWC), realizado anualmente em Barcelona. A fala de Murtra reforça o embate vivido nos últimos anos na indústria.

De um lado, as teles têm enfrentado dificuldade para ampliar a receita e lidar com o volume crescente de investimentos na cobertura e nas novas gerações de internet, como o 5G. Do outro lado estão as big techs, como Meta (dono do Facebook, Instagram e Whatsapp), Alphabet (Google), Amazon, Alibaba (Aliexpress), Bytedance (TikTok), entre outras, que faturam alto com seus serviços e são as principais responsáveis pelo tráfego nas redes de internet construídas pelas teles.

“Estamos em uma nova era em que empresas tecnológicas titânicas estão impulsionando mudanças bruscamente. Essas gigantes trabalham como agentes dominantes em mercados quase monopolistas, têm profundo conhecimento e são capazes de investir de forma inteligente grandes quantias de capital para desenvolver tecnologias disruptivas, com know-how contraintuitivo. Todas essas empresas estão sediadas nos EUA e na China”, apontou Murtra, sem citar nomes, entretanto.

O presidente da multinacional espanhola criticou a regulamentação considerada excessiva e fragmentada para telecomunicações na Europa e os retornos “insuficientes” dos investimentos das teles nas redes. Isso tem feito as operadoras “ficarem para trás em termos de tecnologia”, argumentou Murtra.

“A Comissão Europeia, os estados-membros e os reguladores devem adaptar sua regulamentação para permitir a consolidação tecnológica e de telecomunicações. Se isso não acontecer, achamos que a posição da Europa no mundo continuará a diminuir e não terá a capacidade de decidir seu futuro de forma autônoma”, enfatizou. Segundo ele, a Telefónica quer estar na ponta ativa da consolidação.

Na América Latina, a Telefónica tem vendido suas operações em vários países. A última venda foi do negócio na Argentina, em fevereiro. O grupo já declarou várias vezes que tem como estratégia se concentrar nos maiores mercados, que Brasil, Espanha, Reino Unido e Alemanha.

*O jornalista viajou a Barcelona para cobrir a MWC a convite da Huawei

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Trump diz que está autorizando administração a produzir energia a partir de carvão


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 2, que procuraria combater a vantagem econômica da China com…


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 2, que procuraria combater a vantagem econômica da China com…

Economia

Itaúsa tem lucro líquido recorrente de R$ 3,679 bi no 4º trimestre, alta de 16% em um ano


A Itaúsa, holding de investimentos que faz parte do bloco de controle do Itaú Unibanco, registrou lucro líquido recorrente de…


A Itaúsa, holding de investimentos que faz parte do bloco de controle do Itaú Unibanco, registrou lucro líquido recorrente de…

Economia

Allos: Investimentos em 2025 vão ficar entre R$ 450 milhões e R$ 550 milhões


A Allos divulgou as suas metas (guidances) para o ano de 2025, entre elas, a previsão de realizar investimentos entre…


A Allos divulgou as suas metas (guidances) para o ano de 2025, entre elas, a previsão de realizar investimentos entre…