15 de junho de 2025

Sob impacto dos preços do petróleo, bolsa recua 1,22%; dólar vai a R$ 5,68


Por Agência Estado Publicado 06/05/2025 às 07h07
Ouvir: 04:16

Às vésperas da “superquarta”, que terá a definição das novas taxas de juros tanto no Brasil quanto nos EUA, as Bolsas fecharam em queda nesta segunda, 5, influenciadas ainda pelas incertezas com o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump e pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) de acelerar novamente o ritmo de produção de petróleo do cartel.

No Brasil, o Ibovespa, referência dos investidores, registrou baixa de 1,22%, aos 133,4 mil pontos, com destaque para as ações da Petrobras. Os papéis ON da petroleira recuaram 2,81%, enquanto os PN desabaram 3,73%. No fim do pregão, a Petrobras acabou perdendo o piso de R$ 400 bilhões em valor de mercado, cedendo para R$ 398,2 bilhões – menor patamar desde junho de 2023.

Em anúncio feito no sábado, 3, a Opep+ disse que pretende acelerar novamente o ritmo de produção de petróleo entre os membros do cartel. Em junho, o grupo produzirá 411 mil barris por dia acima dos níveis observados em maio, quando já havia feito um ajuste semelhante. A combinação do aumento da oferta do cartel e os temores de que as tarifas comerciais dos EUA diminuam o ritmo da economia global fizeram com que o petróleo do tipo Brent, referência global, voltasse a cair ontem. Nos contratos negociados para julho na Intercontinental Exchange (ICE), o recuo foi de 1,73%, para US$ 60,23 por barril.

Instituições como Goldman Sachs e Morgan Stanley já projetam valores ainda mais baixos para o petróleo no segundo semestre, o que coloca as empresas do setor em alerta. O nervosismo no mercado coincidiu com o anúncio feito pela Petrobras de nova redução no preço do diesel. “O corte no preço do diesel, o aumento da produção de petróleo pela Opep+ e a queda do Brent deixaram a Petrobras sem pai nem mãe”, disse Felipe Sant’Anna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia Investing.

‘Impacto’

Pela manhã, ao participar da abertura da Offshore Technology Conference (OTC), maior conferência mundial da indústria de petróleo e gás em águas profundas, que acontece em Houston, no Texas (EUA), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a queda dos preços do petróleo diante das incertezas geradas pelo tarifaço americano é um “verdadeiro problema” para a petroleira. “O que realmente nos impacta é a queda do preço do petróleo. Esse é um problema real, e temos de cobrar dos nossos fornecedores para nos ajudar e nos apoiar, fornecendo projetos simples e de menor custo.”

Em Nova York, o dia também foi de perdas para as Bolsas locais, com os investidores adotando posição mais defensiva enquanto aguardam a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre os juros no país. O índice Dow Jones caiu 0,24%, enquanto o S&P 500 recuou 0,64% e o Nasdaq teve queda de 0,74%. O mercado reagiu ainda ao anúncio de Trump de que pretende anunciar uma tarifa de até 100% sobre produções cinematográficas estrangeiras e à falta de anúncios concretos sobre as negociações comerciais entre os EUA e outros países.

Já o dólar encerrou o dia em alta de 0,62% em relação ao real, cotado a R$ 5,68. Após ter encerrado abril com perdas de 0,50%, a divisa acumula ganho de 0,23% nos dois primeiros pregões de maio. No ano, a moeda registra desvalorização de 7,9% em relação ao real.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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