02 de março de 2025

Taxa de desocupação permanece nos menores patamares da série, diz pesquisadora do IBGE


Por Agência Estado Publicado 31/01/2025 às 15h38
Ouvir: 02:29

O mercado de trabalho permaneceu aquecido no quarto trimestre de 2024, embora o pico da geração de vagas possa ter sido antecipado para o trimestre móvel encerrado em novembro, apontou Adriana Beringuy, coordenadora da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego no País ficou em 6,2% no quarto trimestre de 2024, o segundo menor resultado em toda a série histórica. No trimestre móvel imediatamente anterior, encerrado em novembro de 2024, a taxa tinha sido ligeiramente mais baixa, de 6,1%, o patamar mais baixo da série.

O IBGE ressalta que esses trimestres não são comparáveis, uma vez que dois terços da amostra se repetem. Segundo Adriana Beringuy, a taxa de desocupação permanece nos menores patamares da série, não significando ainda uma perda de fôlego.

“A gente não tem como dizer nesse momento que está havendo perda de força do mercado de trabalho por conta dessa estabilidade da taxa de desocupação”, frisou Beringuy.

A pesquisadora relata que atividades ligadas ao comércio eletrônico mostraram forte desempenho em contratações no trimestre móvel anterior, ou seja, pode ter havido uma antecipação na abertura de vagas para atender à demanda da Black Friday, que vem antecipando também o consumo de fim de ano, fazendo com que o emprego tenha atingido já em novembro “o pico da sazonalidade”.

“Isso não representa uma retração do mercado (em dezembro), mas muito provavelmente uma antecipação dessa sazonalidade de fim de ano. Ela pode ser um pouco antecipada, não necessariamente vai ser descarregada toda no mês de dezembro”, disse a pesquisadora.

Questionada sobre os reflexos da renda em patamar recorde, Beringuy confirmou que a elevação do rendimento pode contribuir para manter um ciclo virtuoso de consumo fomentando novos empregos no mercado de trabalho.

“Gera sim mais demanda por bens e serviços, e essa maior demanda acaba sendo atendida por quem produz esses bens e serviços, empresas e trabalhadores”, afirmou.

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