Em um evento digno de contos de fada, um casal de Maringá deu um toque mágico ao casamento ao recriar elementos da Época Medieval, encantando os convidados e transportando-os para uma jornada única no tempo. A cerimônia, realizada no dia 29 de julho, teve como proposta ser uma verdadeira celebração do amor, combinada com a atmosfera rica e misteriosa da Idade Média.
Em uma chácara de Maringá, local escolhido para a realização da cerimônia, os então noivos, a professora de Linguística Bruna Plath Furtado, 34, e o professor de história que dedica seus estudos à História Medieval, Daniel Lula Costa, 34, se transformaram em dama e lorde medievais. Bruna se casou com vestido bordado, ornamentado, com alguns elementos inspirados na moda da época, enquanto Daniel usou um traje que remetia aos nobres cavaleiros que costumavam percorrer as terras em busca de aventuras.
“A escolha do casamento temático tem a ver com nossas experiências de mundo e o que gostamos também. Sou especialista em história medieval e gosto bastante dessa área. Bruna também estudou o mundo medieval e como gostamos do assunto, quisemos incluir na celebração junto com diversas religiões e possibilidades. Não queríamos ficar somente em uma visão de mundo e como sempre tivemos um carinho grande pela natureza, sentimos a complementaridade que ela oferece para nós, e como queríamos realizar um casamento ao ar livre que tivesse essa sintonia com esse universo”, explicou Daniel ao GMC Online.
Decoração
A decoração do local foi planejada para transportar os convidados a um mundo do passado, com a decoração repleta de tapeçarias, candelabros e móveis antigos. Para que tudo saísse perfeito, o casal de Maringá afirma que a preparação para a cerimônia e festa durou praticamente um ano.
“Casamos no dia 29 de julho e começamos a organizar tudo em agosto de 2022. Foi uma grande correria, mas tivemos muita ajuda com assessoras para nos auxiliar”, afirma Bruna.
A cerimônia, conduzida por uma celebrante, trouxe elementos tradicionais de casamento misturados com toques históricos.
“Queríamos que nosso casamento fosse ao ar livre representando a natureza, os quatro elementos, a representação dos nossos ancestrais, pessoas que não estão mais entre nós, mas que foram muito importantes. Incluímos também simbologias e manifestações de diversas religiões. Foi muito incrível, pois tudo isso manifestava o nosso amor e foi muito especial porque construímos tudo em cada detalhe”, ressaltou Bruna.
Fotos: Divulgação/ Empresa Rewind
Cerimônia
Com cerca de 75 pessoas presentes, entre familiares e amigos próximos, a cerimônia e a festa foram um reflexo dos noivos e suas histórias.
“Alguns falaram que foi o casamento que mais tinha a cara dos noivos que haviam participado. Pensamos muito em detalhes do que sentíamos e aquela ideia de que por mais que não quiséssemos fazer um casamento temático em si, a gente queria dar nossas ideias para esse casamento, ou seja, queríamos fugir do tradicional e trazer algo que simboliza a gente. Então, aquele momento de união deveria representar coisas que gostamos e que fazem conexão com a gente como casal”, destacou Daniel.
Handfasting
De acordo com o casal, um dos momentos mais importantes foi o ‘handfasting’, um ponto crucial que representa o enlace dos noivos.
O handfasting significa “atar as mãos”. Assim, os noivos entram de mãos dadas no círculo traçado anteriormente pelo sacerdote. Trata-se de uma cerimônia alegre e dinâmica, onde evocam-se os deuses e pede-se que abençoe a união do casal com fertilidade, amor e prosperidade.
“Eu sou um cara muito emotivo, estava chorando desde o início da cerimônia e me segurando para sair sorrindo nas fotos. Me emocionei bastante, com certeza o ponto alto do casamento foram a troca de votos e o handfasting. Era um momento íntimo nosso e ver o que cada um escreveu foi incrível e quando fizemos o nó com a corda foi muito bom, pois ficamos um tempo olhando um para o outro, a conexão foi muito forte, explica o professor de história.
Trajes do casamento tinham simbologia medieval, celta e elementos da natureza
Um dos momentos que desperta sempre curiosidade em um casamento é ver como será o vestido da noiva e o terno que o noivo estará vestindo. No entanto, para o casal de Maringá os trajes precisavam ser únicos e que mostrassem suas essências.
Daniel explica que não queria usar terno em seu casamento, pois achava um traje comum e sem personalidade. Ele explica que para a cerimônia gostaria de vestir algo que espelhasse suas ideias mais profundas.
“Foi então que comecei a desenhar os contornos dessa visão, esboçando não apenas somente a roupa, mas uma representação de simbologias que ressoam com minhas afinidades, principalmente as medievais e celtas que tanto me fascinam. Busquei harmonizar mitologias orientais e ocidentais, delineando um traje que parecesse um quimono, adornado com simbolismos celtas nas costas. Com a ajuda de uma costureira talentosa, fomos construindo esse conceito juntos, desenhando cada elemento. A ansiedade aumentava à medida que a data se aproximava e vi a roupa apenas uma semana antes do casamento, um turbilhão de emoções só aumentava”, explicou.
Fotos: Divulgação/ Empresa Rewind
Quanto ao vestido da noiva, Bruna já havia escolhido antes mesmo de ter uma data definida para o casamento. “Para o meu casamento eu não queria um vestido branco, e, casualmente, encontrei uma talentosa designer de moda que também era da cidade de minha mãe. Durante a conversa sobre o casamento, expus minha visão: um vestido de renda bordado. Enquanto explorávamos tecidos e eu expressava minhas dúvidas, ela trouxe à tona um vestido que tinha confeccionado durante a pandemia. Ao experimentá-lo, aquele vestido rosa, coberto por renda bordada meticulosamente ganhou vida e vi que de fato era o vestido certo”, disse ela.
“Após isso, minha preocupação foi quanto à harmonização com o traje do meu noivo, foi aí que decidi acrescentar elementos que unificassem nossas vestimentas. Incorporei uma capa com o mesmo bordado do vestido e pedi para a desinger a criação de uma tiara que representasse a lua crescente, um símbolo íntimo para nós”, completou.
O casal não poupou esforços para garantir que cada detalhe fosse autêntico. Desde a escolha das roupas até a seleção do repertório musical, tudo foi cuidadosamente selecionado para criar uma experiência verdadeiramente envolvente.
O casamento com inspiração medieval de Bruna e Daniel provou que o amor pode transcender épocas e criar memórias que durarão toda a vida. Enquanto os convidados voltavam à realidade, levavam consigo a sensação de terem sido transportados para um período de bravura, romance e magia, tornando o casamento um conto digno de ser lembrado por muitos e muitos anos.