Conceição Evaristo deverá ser a homenageada da Flup em 2025


Por Agência Estado
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Pela primeira vez, a Festa Literária das Periferias (Flup) deve homenagear uma pessoa viva. É que quando participava de uma mesa, no último fim de semana, Conceição Evaristo foi surpreendida com a notícia de que será a próxima homenageada do evento em novembro de 2025. De acordo com a assessoria da escritora, o convite oficial e formal ainda não foi feito.

Conceição Evaristo é uma das vozes mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Escritora, professora e pesquisadora, ela superou uma infância marcada pela pobreza para se tornar uma figura proeminente nas letras nacionais. Sua obra, que inclui romances, contos e poesias, é caracterizada por uma profunda reflexão sobre a experiência afro-brasileira, abordando temas como discriminação racial, desigualdade social e a força das mulheres negras.

Sua escrita, que ela denomina “escrevivência”, mistura elementos autobiográficos e ficcionais para criar narrativas poderosas que dão voz a personagens historicamente marginalizados. Reconhecida com prêmios como o Jabuti e o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais, Conceição Evaristo abriu caminho para uma nova geração de escritores negros.

Conceição na Casa Rui Barbosa

Conceição conseguiu outro marco histórico e inédito. Ela será a primeira escritora negra a ter o seu acervo reunido no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, na Fundação Casa de Rui Barbosa. Nos arquivos da Casa responsável pela preservação da memória literária nacional, estão acervo de outros grandes nomes das letras, como Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector e Maria Clara Machado.

“Estou orgulhosa de ser a primeira escritora negra a ter um acervo na Casa, mas espero que não seja a única. Esse processo pode e deve se aprofundar. Então, na verdade, ser a primeira só tem um significado, que é o de abrir espaços para que outros venham; é perspectiva. Que esse meu momento de acolhimento pela Casa realmente possa ser um momento de acolhimento para outras escritoras, para outros, para outras artistas”, destacou a escritora mineira, quando oficializou a doação do seu acervo.

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