Cada vez mais, os modelos têm o papel social de promover, exibir ou advertir produtos comerciais e servir como ajuda visual e corporal para criadores de peças de vestuário, obras de arte ou posar para fotografias.
Muitos desses homens e mulheres se destacam pelo trabalho, não só no Brasil, mas também no exterior. Conheça alguns deles.
Caroline Marcussi
Natural de Cascavel, ela veio para Maringá ainda na infância, iniciou a carreira de modelo aos dez anos e desde os 19 anos tem trabalhado exclusivamente com isso.
“Sempre gostei de estar na frente das câmeras, sendo ‘exibida’, como minha mãe fala. Meu primeiro contato com esse mundo da moda foi aos cinco anos, quando participei de um desfile em Cascavel. Desde então, me apaixonei por estar na passarela e falei para minha mãe que era isso que eu queria para minha vida”, diz a modelo Caroline Marcussi.
Aos dez anos, já morando em Maringá, ela iniciou um curso de modelo. Segundo a modelo, na época, existia na cidade apenas uma agência. “Lembro até hoje como minha mãe encontrou o número da agência pela lista telefônica. Era o que tinha em 2006. Quando comecei o curso me sentia em casa e desde então vejo que foi a melhor escolha da minha vida”, disse.
Em todas as viagens a trabalho, os modelos sempre têm alguma história ou perrengue para contar. Com Caroline não foi diferente. Em um trabalho realizado na China, ela afirma que quase contraiu uma bactéria na unha do pé. Para o médico que a atendeu, seria preciso amputar o dedo.
“Lembro que entrei em desespero quando ouvi o médico dizer isso, até liguei para minha mãe, era madrugada no Brasil, daí meu ‘booker’ (agente de talentos) me levou para um consultório de um médico indiano que informou que não havia a necessidade de amputação. Foi um alivio”.
A lembrança que mais marcou a vida de Caroline foi a experiência de trabalho vivida em Jacarta, Indonésia. “Fazia meses que fotografava para um e-commerce e na minha última semana no país, os diretores me chamaram no escritório e elogiaram meu trabalho afirmando que no começo não davam nada, mas ao verem as fotos se surpreenderam. Foi muito emocionante para mim”, afirma.
Magaywer Pulga Wenclav
Modelo profissional há 19 anos, Magayver afirma que foi apresentado à profissão, quase que por acaso. Ele conta que um dia estavam entregando flyers, na entrada da escola, para uma seleção de modelos. Então, um amigo sugeriu que ele poderia levar jeito para o trabalho.
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“Um amigo que estudava comigo, no final da aula, jogou o flyer na minha mesa e disse: olha aí, Magaywer, pra você que é bonitinho. Eu peguei, coloquei na mochila e fui pra casa. Depois eu li o flyer. Estavam fazendo a seleção de modelos para uma agência aqui de Maringá. Falei com minha mãe, fui à seleção e acabei passando no teste. Como eu não entendia nada do que era ‘ser modelo’ ou sobre como funcionava, fiz um curso de modelos e depois uma viagem a São Paulo para tentar conseguir entrar em uma agência lá. Em menos de um ano, já estava morando em São Paulo para trabalhar”, conta.
Desde então o modelo não parou mais. Em todos esses anos, o profissional já conheceu mais de 10 países, entre eles Estados Unidos, China e Itália. Um dos perrengues para ele foi o de não dominar a língua estrangeira. “Justamente na primeira viagem a Milão, na Itália, fiquei perdido na cidade, na chuva, cheio de malas e no inverno da Europa. Passei horas e horas de tentativas de me comunicar com a agência e não deu certo, mas acho que dificuldades e perrengues fazem a diferença. Quanto mais dificuldades passamos, melhor saberemos lidar com as adversidades. “, conta.
Raissa Fortes
Para ela, a profissão surgiu na adolescência, em Cruzeiro-SP. “Uma agência começou na cidade e me convidou para ser modelo. Naquela época eu já tinha 1,72m com 16 anos, considerada alta pra minha idade, e assim eu ingressei. Fiz alguns trabalhos na cidade e um ano depois fui convidada para entrar em uma agência em São Paulo”, conta.
Modelo há oito anos, ela conta que no início ficou durante um ano na agência em São Paulo, mas decidiu parar e voltar para cidade natal e estudar para os vestibulares. “Assim eu fiz. Terminei a escola, ingressei na universidade e em 2017 e me mudei para Maringá para estudar Engenharia de Produção na Universidade Estadual de Maringá. Na minha primeira semana morando na cidade, me pararam em um shopping e me convidaram para um comercial de TV. Vi então minha carreira recomeçando. Aceitei, fiz o comercial e de 2018 até então nunca mais parei. Eu amo a versatilidade dessa profissão”, afirma.
Morando atualmente, em Dubai, Emirados Árabes Unidos, Raissa destaca três lembranças que marcaram a vida dela. “A primeira que me marcou muito foi quando abri um desfile para mais de três mil pessoas. A segunda, foi ter sido capa de uma revista e meu mais recente trabalho, uma participação em um comercial do Burger King”, relata.
Muitas pessoas pensam que ser modelo é só fotografar e viver de glamour. Essa profissão exige que o profissional da área seja versátil e saiba lidar com as mudanças no cotidiano. “Me lembro de ter fotografado a coleção primavera/verão de uma marca de biquínis no mês de julho, temperatura de 6ºC. Eu me tremia de frio e o céu estava cinza. Quando as fotos ficaram prontas, o céu foi editado e estava azulzinho. Ninguém sabia o frio que eu passei naquele dia”, disse.
Para quem deseja ingressar nessa área, Raissa afirma que o principal é trabalhar a personalidade. Uma modelo lindíssima mas sem personalidade não encanta, alerta ela. “Seja gentil, seja versátil, ouse, trabalhe seu corpo e sua alma. É impressionante como é possível enxergar numa foto, o brilho de uma modelo que ama o que faz”.
A bela jovem de Maringá representou em 2020 o Paraná no Concurso Belezas do Brasil, um dos mais concorridos eventos de beleza do País.
MIchael Moreira
Atuante há dez anos na área, Michael Moreira teve o primeiro contato com o mundo da moda aos 16 anos, quando participou de um concurso caça-talentos. Na época, não passou. Aos 20 anos, ele começou a trabalhar como motoboy em Maringá e muitas pessoas perguntavam se ele era modelo. “Como eu tenho 1,90 metro de altura, muitos comentavam e isso me incentivou de novo a procurar agências locais na cidade. Foi aí que conheci duas agências que me ajudaram e foram fundamentais para o meu início de carreira”.
Moreira começou a participar de um concurso que era organizado por uma franquia de roupas e foi aprovado no casting, mas não passou na etapa final. Uma das organizadoras, confiante no potencial do jovem, resolveu agenciá-lo, oferecendo uma bolsa de 50% para o curso de modelo. “Após o curso, participei em 2011 de outro concurso chamado ‘Mega Model’ e ganhei em primeiro lugar. Foi aí que as coisas começaram a ter um rumo e as portas se abriram com várias oportunidades”, afirma.
O jovem já trabalhou em diversos países como, Russia, Índia, Itália e China e umas das lembranças que mais marcou foi quando ele conseguiu comprar uma casa para a mãe, em Sarandi. “Quando comprei uma casa para minha mãe era como se tivesse zerado a vida”, afirma.
Outra lembrança marcante para Michael foi quando viajou pela primeira vez para a Rússia. Lá conheceu a esposa e viveu uma grande experiência: ver a neve pela primeira vez.
“Morador do mundo”, ele diz que para entrar e se manter na profissão é preciso sempre atualizar o material de fotos e, principalmente, compreender o perfil do público. “Entenda tipo de perfil que você se encaixa melhor, porque o mercado é aberto para todos, só que muitas vezes é preciso entender quais as marcas que você se encaixa melhor. Quanto mais desinibido você for em frente a câmera, melhor serão os resultados e nunca desista”, aponta.
Lorena Zamberlan
Modelo há 15 anos, iniciou na área exibindo produtos em shopping de atacado, esporadicamente. O primeiro trabalho foi aos 14 anos, quando havia viajado e estava na casa de parentes. “Me ligaram através de uma amiga que me indicou. Eu quis vir embora no mesmo dia, porque não queria perder a primeira oportunidade de trabalho”, relembra.
Em toda a trajetória, algumas lembranças estão marcadas no coração da modelo. Uma delas é a trajetória nos concursos de miss. “Meu primeiro concurso que participei foi um evento beneficente para levantar fundos para uma ONG de cães, ganhei como Miss Primavera”, diz a modelo.
Depois disso, Lorena participou de vários concursos do Miss Teen. “1° ganhei como Miss simpatia,
2° ganhei como 2° princesa, 3° como Miss Teen Maringá, 4° ganhei o Miss Teen Paraná/Brasil
5° ganhei o Internacional no Peru com o título Pacífico Word”, pontua.
Em um trabalho realizado em Paris, na França, ela conta que quase perdeu o voo de volta para o Brasil. O motivo foi inusitado. “Alugamos um carro e ao abastece-lo colocamos óleo no lugar de gasolina e faltando dez minutos para fazer o check-in no aeroporto o carro parou no meio da rua e tivemos que pegar um táxi pra não perder no voo de retorno pro Brasil”, conta.
Luany Ayumi
Outra modelo que tem se destacado internacionalmente é a profissional Luany Ayumi, que trabalha no ramo desde 2009. “Tudo começou quando participei do concurso ‘Miss Tanabata’ que era como se fosse o ‘Miss Nikei’. Acabei ganhando esse concurso em Maringá e a partir daí, apareceram alguns trabalhos na cidade”, destaca.
Com muitos catálogos realizados, não demorou muito para Luany sair do Brasil e iniciar a carreira internacional. “Foi tudo muito rápido, no mesmo ano fui para Tailândia, sem falar inglês direito, ocorreu tudo bem”, afirma a modelo.
Com muitas viagens experiência, aventuras acabam ficando na memória. Luany acredita que em todos esses anos de carreira, o que mais ela ama na profissão é conhecer lugares.
Atualmente vivendo em Bali, na Indonésia, a modelo afirma que o mercado no país é surpreendente e vasto. “Vim com meu namorado para Bali depois de seis meses que começou a pandemia e graças a Deus tem um mercado de moda incrível. Trata-se de um lugar onde muitos clientes são estrangeiros: da Austrália, Estados Unidos. É um lugar muito bom”.
Para quem deseja buscar espaço mercado da moda, Luany ressalta que é muito importante cuidar não só do corpo, mas da mente também. “O mundo da moda pode ser um pouco tóxico em relação às pessoas. Sempre queremos nos comparar aos outros e sabendo que está dando seu melhor é o mais importante”, afirma.
Luany ensina, ainda, que outro fator essencial para a profissão é saber trabalhar com as redes sociais. A maioria dos clientes que contratam Luany, a conhecem pelo Instagram.