Estrela das redes sociais, esquilo Peanut é sacrificado nos EUA e gera comoção
Em Pine City, Nova York, um caso envolvendo a apreensão e eutanásia de dois animais silvestres mantidos como pets, um esquilo e um guaxinim, tem gerado grande comoção. Os animais, chamados Peanut e Fred, eram acompanhados por mais de 500 mil seguidores nas redes sociais e viviam sob os cuidados de Mark Longo, dono do santuário P’Nuts Freedom Farm, conhecido principalmente por atender equinos. A apreensão ocorreu na quarta-feira, 30 de outubro, após denúncias de vizinhos sobre a posse ilegal dos animais, desencadeando uma série de protestos e críticas contra o Departamento de Conservação Ambiental (DEC) de Nova York.
O DEC, órgão responsável pela proteção da vida selvagem no estado, confirmou que Longo não possuía permissão para manter Peanut e Fred em cativeiro. Em Nova York, assim como no Brasil, é proibido manter animais silvestres como pets sem as autorizações apropriadas. O DEC explicou que a proibição é uma medida para proteger tanto a fauna quanto os próprios animais. “Quando pessoas sem conhecimento ou experiência tentam manejar ou criar vida selvagem, estes atos bem-intencionados de bondade tendem a ter o resultado oposto”, destacou o DEC em comunicado oficial. “Muitos dos animais que são ‘resgatados’ morrem logo, apesar de seus melhores esforços. Mesmo que sobrevivam, os animais selvagens maltratados não aprendem o comportamento normal dos animais selvagens”.
Eutanásia de Peanut e Fred gera reações
Durante a apreensão, o esquilo Peanut mordeu um dos agentes do DEC, o que levou o departamento a eutanasiar os dois animais por precaução, devido à suspeita de raiva. Embora o DEC não tenha divulgado se Peanut e Fred apresentavam sintomas da doença, a decisão gerou protestos, e seguidores dos animais no Instagram lamentaram a morte dos dois. Um abaixo-assinado no Change.org, que pede “justiça para Peanut”, já ultrapassa 38 mil assinaturas, com fãs questionando a necessidade de eutanásia sem confirmação da presença do vírus.
Mark Longo, que alega ter resgatado Peanut ao encontrá-lo órfão, relatou que o esquilo era considerado “parte da nossa família”. Ele também criticou a forma como a apreensão foi conduzida, alegando violência por parte dos agentes do DEC. Para ele, o vínculo com Peanut era mais profundo do que o de um animal de estimação, devido ao resgate e ao longo período de convivência.
Resgate de animais silvestres: riscos e regulamentações
O DEC reforça que resgatar animais selvagens com a intenção de criá-los como pets pode ser prejudicial. “Todos os anos, muitas pessoas recolhem jovens animais selvagens na crença equivocada de que são órfãos ou negligenciados”, informa o órgão em seu site oficial. “Eles os levam para um reabilitador de vida selvagem ou, pior, tentam criá-los. Em muitos casos, isto é desnecessário ou até prejudicial”. Segundo o DEC, a melhor opção para a sobrevivência de animais silvestres é permanecerem sob os cuidados dos próprios pais. “Os pais de animais selvagens são os melhores na criação de bebês selvagens para sobreviverem por conta própria”, conclui o departamento.
Comoção nas redes sociais
Nas redes sociais, a perda de Peanut e Fred mobilizou milhares de internautas. Vídeos de Peanut e Fred eram populares, mostrando interações cotidianas dos animais com a família de Longo e outros residentes do santuário. Comentários em redes sociais criticaram a postura do DEC, expressando indignação com a decisão de eutanásia.
Este caso lança luz sobre a polêmica questão do manejo de animais selvagens como pets e da regulamentação que visa proteger tanto os animais quanto as pessoas envolvidas. Mesmo com o aumento da popularidade de animais silvestres em perfis digitais, o DEC alerta para os perigos e ressalta que, para garantir a preservação das espécies e o equilíbrio dos ecossistemas, a criação de animais silvestres deve seguir as normas estabelecidas.