Fábio Porchat estreia série que discute como se faz humor no Brasil


Por Agência Estado

Fábio Porchat, o irrequieto, realmente não tem parada e mantém uma agenda que reflete toda sua agitação profissional. Parece que a cada semana ele surge com uma nova produção, seja de criação própria, em parcerias ou como convidado. Difícil entender como consegue se envolver em tantos projetos, que incluem, além de sua trajetória solo, os que leva com sua trupe do Porta dos Fundos. O certo é que ele se empenha em atingir os mais diversos públicos. Para reforçar essa sua agitação cultural, o apresentador e humorista, entre outras denominações, estreia nesta quarta, 25, no serviço de streaming Star+ a série documental O Que Você Não Sabia Sobre o Humor Brasileiro.

Em seis episódios, a série traz Porchat alinhavando os depoimentos dos convidados, que discorrem sobre o tema central da atração, o humor no Brasil. Entre os participantes estão nomes como Carlos Alberto de Nóbrega, Dani Calabresa, Marcelo Adnet, Carol Zoccoli, Tom Cavalcanti, Regina Casé, Paulo Vieira e Gregório Duvivier. “Vamos ter muita gente de muito lugar, com as mais distintas referências, dando opinião e falando sobre como constroem e criam suas piadas, o que é o humor e como ele funciona”, afirma o humorista.

Em conversa com o Estadão, Fábio Porchat detalha um pouco mais o formato da série. Segundo ele, trata-se de um programa que busca fazer uma análise aprofundada do humor, mais especificamente o brasileiro. “Cada episódio tem um tema, desde os limites do humor, o humor e as redes sociais, o futuro do humor e como será daqui para frente”, conta o apresentador, destacando ainda que entre os participantes haverá outros profissionais colaborando com o debate. “Além dos comediantes, que falam com propriedade, temos também pensadores, cientistas e filósofos, como Luiz Felipe Pondé, que explicam um pouco o que faz a gente rir, de onde vem o riso, porque o humor gera tanta polêmica”, observa.

Condução
A série O Que Você Não Sabia Sobre o Humor Brasileiro começa com Fábio Porchat em cima de um palco conversando com a plateia e explicando dados de pesquisas e chamando os depoimentos. O apresentador deixa claro que essas entrevistas não foram feitas por ele e que cada um dos personagens surge dando seu depoimento diretamente para a câmera. Entre um convidado e outro, a produção mostra conteúdos do gênero. “A gente tem muito material de arquivo com cenas de programas como Os Trapalhões, Os Normais, Porta dos Fundos, A Praça É Nossa.”

O humorista ressalta que, ao ver os primeiros episódios, foi se surpreendendo com a fala dos convidados. “É um documentário valioso, com um cast muito bom nos depoimentos e imagens de arquivo que fazem toda a diferença, pois mostram exemplos do que estamos falando”, analisa Porchat. Para ele, a relevância da atração está ainda no fato de terem conseguido contar com um leque variado de representantes do humor e de suas vertentes. “Claro que a gente acaba se divertindo, pois surgem cenas de humor, mas realmente é estudo, é uma série documental”, enfatiza ainda.

Trajetória

Porchat explica que, além de rever a trajetória do humor até hoje, a série também avalia, no episódio final, sobre como o gênero ficará daqui para frente. “Realmente, é a gente analisando de onde viemos e para onde vamos, e o que aconteceu no meio desse caminho.” Mais do que uma forma de diversão, o humor reflete a sociedade e capta detalhes para transformar em comicidade. “A gente mostra como o humor atua hoje na sociedade brasileira e como atuou. Mas também analisamos como isso está mudando. A gente sempre riu muito um da cara do outro. Quem está no topo da pirâmide é que ri de quem está embaixo, e acho que começou a haver uma inversão, e isso mexe com a sensibilidade de quem nunca foi alvo de piada. De repente, estamos rindo desse homem hétero, e ele não gosta, fica nervoso com facilidade, homem branco, então, escreve carta para jornal”, diverte-se Porchat.

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