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16 de janeiro de 2025

Festival de Berlim anuncia mais 8 filmes da sua mostra não-competitiva


Por Agência Estado Publicado 16/01/2025 às 14h03
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O Festival de Cinema de Berlim anunciou nesta quinta-feira, 16, mais oito filmes que farão parte da Berlinale Special, mostra não-competitiva do evento que acontecerá entre 13 e 23 de fevereiro. A Berlinale Special exibirá um total de 21 filmes: os primeiros quatro foram revelados em dezembro, agora foram anunciados mais oito, e os filmes restantes serão divulgados no dia 21 de janeiro.

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Foto: Reprodução

Na lista divulgada nesta quinta-feira, está A Melhor Mãe do Mundo, novo filme da brasileira Anna Muylaert, estrelado por Shirley Cruz e Seu Jorge.

Os sul-coreanos também marcam presença na lista. Bong Joon Ho, diretor do premiado Parasita (2019), concorre com Mickey 17, estrelado por Robert Pattinson, e Min Kyu-dong, conhecido por seu trabalho em All for Love (2005), com o thriller de vingança Pa-gwa.

O britânico Dylan Southern vai fazer a première de The Thing with Feathers, estrelado por Benedict Cumberbatch em uma adaptação do romance de Max Porter.

Da Austrália, irá Justin Kurzel, que adaptou The Narrow Road to the Deep North, romance de Richard Flanagan vencedor do Booker Prize para a telona.

O diretor Lemohang Jeremiah Mosese, nascido no Lesoto e radicado na Alemanha, levará ao festival o filme Ancestral Visions of the Future, que faz uma alegoria poética sobre a infância.

A Berlinale Special vai apresentar ainda dois filmes em memória dos 80 anos da libertação de Auschwitz. O primeiro é um resgate da obra Shoah, de Claude Lanzmann, exibido no Festival há 40 anos. O filme de impressionantes 9 horas e 26 minutos será exibido na íntegra, permitindo aos espectadores fazerem uma reflexão profunda sobre o Holocausto.

O outro filme é uma estreia mundial e faz referência ainda ao centenário de Lanzmann: Je n’avais que le néant – “Shoah” par Lanzmann, de Guillaume Ribot, que busca nas 220 horas de filmagens inéditas deixadas por Lanzmann para criar uma visão ainda mais profunda sobre o tema.

Mais brasileiros na Berlinale

Até o momento, a organização do Festival anunciou a presença de outras oito produções brasileiras, além do longa de Anna Muylaert. Quatro dessas produções concorrem nas categorias da mostra competitiva Generation, voltada para os públicos infantojuvenis. O primeiro deles é A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo, que conta a história de duas meninas de dez anos que se encontram em um hospital e formam um vínculo inesperado.

Outro que se passa em um hospital é o curta-metragem Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho. O filme acompanha um drama familiar com duas irmãs e um padrasto recém-chegado, forçados a passar uma noite na sala de espera de um hospital. Enquanto enfrentam seus próprios conflitos, tornam-se testemunhas do caos social ao redor.

Já a série De menor, de Caru Alves de Souza, revela como o sistema de justiça no Brasil pode cometer injustiças contra jovens carentes. Na série, seis jovens atores apresentam histórias de diferentes gêneros em um palco de teatro.

O quarto brasileiro a concorrer na mostra Generation é o documentário Hora do Recreio, de Lúcia Murat, que concorre no Festival pela terceira vez. Partindo de uma pesquisa realizada com professores da rede pública, o projeto une debates com os alunos em sala de aula – sobre os temas evasão escolar, racismo, tráfico de drogas, bala perdida, feminicídio e gravidez precoce – com performances ficcionais.

Cartas do Absurdo, de Gabraz Sanna, e Zizi (ou oração da jaca fabulosa), de Felipe M. Bragança, terão as suas estreias mundiais no Forum Expanded, que busca novas perspectivas para ajudar a compreender o cinema e como ele se relaciona com o mundo de novas maneiras. Cartas do Absurdo trata dos efeitos do genocídio dos povos indígenas no Brasil. Já Zizi conta a história de uma família da periferia do Rio de Janeiro, por meio das memórias de um quintal, de uma árvore gigante e da mulher que a plantou.

Encerrando a lista de brasileiros já divulgados no Festival de Berlim, Ato noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, participa do Panorama, mostra que reúne filmes queer, feministas e políticos. No filme, um ator e um político iniciam um romance secreto e, juntos, exploram o fetiche por fazer sexo em locais públicos.

O Festival vai apresentar ainda uma cópia digital restaurada do filme Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, de 1975. Na trama, uma jovem indígena deixa a aldeia para ir para a cidade. O filme evidencia que árvores, animais e pessoas já eram destruídos pelo capitalismo extrativista 50 anos atrás.

As informações são da  Agência Estado.

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