‘Lo-fi é um abraço sonoro’: maringaense aposta no gênero que conquistou o mundo com faixa inspirada na natureza
Em meio à calmaria das batidas suaves e ao cheiro imaginário da terra molhada, nasceu Smell of Earth, nova faixa do artista maringaense, Samuel Amaro, em colaboração com o produtor e DJ japonês Takada Fu. O lançamento faz parte do novo projeto do artísta ‘Qumma‘ une o melhor de dois mundos: a leveza da bossa nova brasileira com os timbres eletrônicos e a estética do lo-fi japonês — gênero que tem ganhado cada vez mais espaço nas plataformas de streaming.
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A música lançada neste mês, disponível nas plataformas digitais, já começa a chamar atenção nas redes por sua proposta intimista e sensível. Criada com elementos orgânicos, como o violão de nylon e o piano, a faixa convida o ouvinte a revisitar memórias de infância e momentos simples na natureza. “O nome Smell of Earth remete àquele cheiro de terra molhada num dia chuvoso, que a gente sente e imediatamente lembra de quando era criança”, explica o artista, em entrevista ao Portal GMC Online.

Esta é a segunda parceria entre o brasileiro e Takada Fu. O processo de criação da nova faixa, segundo o músico, foi pautado por uma troca sincera de ideias e uma busca constante por um som autêntico, que representasse ambos. “Tem sempre um diálogo muito transparente entre a gente. Queríamos algo alto-astral, mas não agitado. Mais relaxante, com uma vibe quase bossa nova — e conseguimos chegar nisso com essa faixa”, conta.

A colaboração entre os dois artistas é fruto de um intercâmbio musical entre Brasil e Japão, refletido não só nos instrumentos utilizados, mas também na atmosfera da música, que caminha entre a melancolia e a leveza, características marcantes do gênero chillhop — vertente do lo-fi que mistura hip hop instrumental com jazz, soul e música eletrônica.
Lo-fi: um som de cura
Durante a conversa, o artista também falou sobre o crescimento do lo-fi, especialmente após a pandemia. “Esse estilo surgiu nos anos 1990 com poucos recursos. A baixa fidelidade sonora virou estética. Mas o boom mesmo veio em 2020, quando as pessoas estavam presas em casa, tentando aliviar a ansiedade. O lo-fi virou trilha sonora para estudar, trabalhar ou simplesmente relaxar”, explica.
Canais como o Lo-fi Girl — famoso pela animação de uma garota estudando enquanto ouve música — ajudaram a popularizar o estilo. A estética, inspirada no Studio Ghibli, reforça o lado nostálgico e acolhedor do gênero. “É como se o lo-fi fosse um abraço sonoro. E nesse cenário, Nujabes foi uma grande referência pra mim. Ele foi um DJ japonês que ajudou a moldar tudo isso. A musicalidade dele é uma das minhas maiores inspirações.”
Além de influências do jazz, da música clássica e da bossa nova, o artista revela que muito do que cria hoje nasce das lembranças da infância. “Me inspiro muito em trilhas sonoras de videogames que eu jogava com meu pai, com meus primos, com amigos… ou mesmo sozinho. Gosto de criar temas melódicos que remetem a essas fases da vida”, completa.