Fundo Setorial do Audiovisual tem R$ 650 mi para projetos em 2022

A cada ingresso de cinema vendido, a cada propaganda na TV, um percentual em dinheiro vai para o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Uma potência que em 2018 somava R$ 2,1 bi. Esse dinheiro é distribuído em editais nacionais para estimular a produção audiovisual. Mas quem acessa esses recursos, na maior parte, são as produtoras do eixo Rio-São Paulo, responsáveis por 85% da produção cinematográfica do país.
O Governo Bolsonaro suspendeu a realização de editais para uma série de auditorias. Recentemente, no entanto, a Secretaria Especial de Cultura decidiu lançar novos editais.
E estão disponíveis R$ 651 milhões. Essa informação precisa chegar a quem interessa e é esse o objetivo do Polo Cinematográfico do Paraná, que surgiu em Maringá.
O cineasta José Padilha, presidente do Polo Cinematográfico do Paraná, diz que o estado precisa desenvolver uma indústria cinematográfica. O Paraná é o sexto mercado consumidor de audiovisual do país, mas responde por apenas 1,5% da produção nacional.
Com uma indústria pujante Maringá e o estado poderiam oferecer ao mercado filmes orçados em até R$ 10 milhões e gerar milhares de empregos, diz o cineasta José Padilha. “Embora a gente tenha muitos filmes na história, alguns cineastas reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, atualmente temos cineastas no Paraná, Aly Muritiba, cineasta que tem indicação do seu filme para concorrer ao Oscar pelo Brasil. Ou seja, é um reconhecimento […] da cinematografia paranaense. Entretanto, todos esses esforços são individuais. É o que a gente chama de cinema autoral. Um pequeno cineasta leva 3, 4, 5 anos para rodar seu filme”, explica.
“Então, o que a gente está trazendo para Maringá é essa mudança de perspectiva e mudança da realidade, de um cenário local que orbitava na realização de filmes subvencionados pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura, tinha um teto de R$ 60 a 70 mil. Através do polo cinematográfico, nós estamos criando uma indústria de cinema que vai realizar, por estúdio, quatro ou cinco filmes por ano, com orçamentos de R$ 6/7/8/10 milhões. E que vão geral, ao longo dos anos, 10 mil empregos na cidade”, acrescenta Padilha.
“Cinema, o que a gente está propondo com o Polo Cinematográfico de Maringá, é a criação da indústria no Paraná que não existe. Vou dar outros dados importantes. Maringá, não é nem o Paraná, é a sede da terceira maior exibidora do país, que é a Cinesystem. No entanto, a nossa produção cinematográfica, até então, ficava registro a três ou quatro pequenos filmes, de R$ 60 mil, subvencionados pela Prefeitura de Maringá, que depois que realizados, eram exibidos, quando muito, no Teatro Calil Haddad para 50/60 pessoas”, complementa Padilha.
O Polo Cinematográfico do Paraná se reuniu recentemente com representantes do Governo do Estado e houve a sinalização da concessão de um terreno público para a sede do Polo, em Maringá.
Para informações sobre os editais de produção audiovisual, basta acessar as redes sociais do Polo Cinematográfico do Paraná no Facebook e no Instagram.