Abel Ferreira celebrou o seu décimo título com o Palmeiras ao vencer o Santos por 2 a 0 neste domingo, no Allianz Parque, e aproveitou o momento para fazer uma reflexão sobre a forma como os atletas são criticados no futebol brasileiro. Durante a coletiva de imprensa, o técnico fez uma declaração forte quando questionado sobre a volta por cima de Flaco López, alvo de críticas em 2023 e artilheiro do Paulistão deste ano, com dez gols.
“Não criticam os jogadores, matam. ‘Crítica’ é brando. O jogador que conseguir ser forte mentalmente no Brasil consegue jogar em qualquer campeonato fácil… Não aceito que se faça de um jogador um herói ou vilão. Aqui, matam o jogador mentalmente. É uma expressão forte, mas é isso que acontece”, afirmou.
O treinador português fez questão de citar também o nome de Weverton, que vinha sendo muito questionado. Durante a decisão deste final de semana, o goleiro foi um dos destaques, com ótimas defesas que foram essenciais para a construção da vitória por dois gols de diferença, necessária para o título depois da derrota por 1 a 0 na Vila Belmiro.
“Eu queria apenas a nota 7 de cada um, e o Weverton teve nota 10. Fico feliz por ele lidar com as críticas, a maturidade que ele já tem. Foi muito criticado pela imprensa. A imprensa é assim que faz. Quando jogamos mal, devemos lidar com essa crítica. Desde que não sejam ofensivas. É um homem antes de ser um jogador”, comentou.
Abel chegou a relembrar críticas que foram feitas a Endrick em momentos nos quais o garoto não estava rendendo. Elogiou a conduta da joia palmeirense e ainda deu alguns conselhos para o futuro. “Ele tem de entender a responsabilidade que ele tem, acaba por ser um ídolo. Mais do que jogador, é um homem e deve ser exemplo de valores para os mais jovens. O que eu tenho, o carro que eu tenho, não pode interferir no que eu sou como homem. Independentemente do que acontecer, que mantenha-se equilibrado”, declarou.
Com ajuda de seus jogadores, Abel se tornou o treinador mais vencedor da história do clube, ao lado de Oswaldo Brandão. Ambos têm dez títulos. Durante o jogo, o treinador foi homenageado com uma bandeira e um mosaico, situação que arrancou algumas lágrimas de seus olhos. Não à toa, considera a homenagem tão importante quanto a conquista.
“Fiquei mais emocionado com o que nosso torcedor nos fez, ao mesmo nível que o título. Não estou aqui para ser melhor do que ninguém. Estou aqui para tentar ser melhor que eu mesmo, para tentar aprender com o futebol brasileiro. Sem dúvida nenhuma, naquele momento meu coração transbordou da palavra amor. Dizem que sou um deles, e sou mesmo. Dizem que me amam e também os amo. Comoveram, e muito, a mim e a minha comissão técnica”, disse.
As informações são da Agência Estado.