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02 de dezembro de 2024

Após sondagens, piloto maringaense se diz pronto por chance na F1: ‘100% preparado’


Por Victor Ramalho Publicado 22/12/2020 às 17h41 Atualizado 26/02/2023 às 17h18
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Felipe Drugovich foi uma das grandes sensações da última temporada na Fórmula 2 | Foto: Reprodução/Twitter

O maringaense Felipe Drugovich foi uma das grandes sensações do automobilismo mundial em 2020. Em sua temporada de estreia na Fórmula 2, o piloto conquistou números bastante expressivos, com 3 vitórias (uma delas logo no 1º GP do ano) e 4 pódios, terminando o mundial da categoria na 9ª posição, com 121 pontos.

Tamanho destaque resultou no assédio de grandes escuderias. Recentemente, ele deixou a MP Motosport e foi anunciado Virtuosi Racing, atual vice-campeã mundial da F2. A equipe britânica, no entanto, não foi a única que tentou levar o jovem piloto. Em entrevista exclusiva ao GMC Online nessa segunda-feira, 21, Drugovich revelou que teve outras propostas e, inclusive, revelou sondagens da Fórmula 1.

Sem revelar nomes, o maringaense explicou que foi procurado ao final da temporada, enquanto ainda negociava uma possível permanência na MP. Em dezembro, após o GP do Bahrein, Drugovich foi elogiado publicamente por Callum Ilot, vice-campeão mundial da F2, que afirmou que “equipes da F1 deveriam ficar de olho nele”. Entretanto, as conversas não evoluíram e ele decidiu aceitar o convite da Virtuosi, visando 2021.

“Nós tivemos alguns contatos com a Fórmula 1, mas nada muito expressivo. Óbviamente, o que ele (Illot) disse ajuda muito, gostei muito do que ele disse, agradeci ele inclusive, fiquei muito contente, mas nada muito expressivo até agora”, afirmou.

Inicando os preparativos para a próxima temporada, o piloto garante estar focado na nova equipe e em fazer um bom trabalho com o novo carro, mas não escondeu a empolgação com um futuro na principal categoria do automobilismo mundial.

“Sim, me sinto 100% preparado (para a Fórmula 1). Agora, tudo depende de resultados e oportunidades. Primeiro, preciso focar e ter bons resultados em 2021, assim as oportunidades vão vir”, declarou.

Recentemente, o maringaense foi anunciado pela escuderia britânica Virtuosi Racing | Foto: Reprodução/Twitter/Fórmula 2

“Nosso 2021 já começou”

Drugovich já se ambientou com os novos companheiros da Virtuosi. Recentemente, ele participou dos testes de pós-temporada no Bahrein, já pilotando o carro da nova equipe, e se mostrou animado com as primeiras impressões.

“Nosso 2021 já começou. Já treinei com a nova equipe e os testes foram muito bem, acabei liderando o último dia de testes, na parte da tarde. O intuito era me habituar com a nova equipe, se sentir mais confortável com o carro e isso foi tudo muito bom, gostei dos novos companheiros e acho que podemos fazer um bom trabalho ano que vem”, explicou.

O maringaense também revela que a troca de equipe não foi algo 100% planejado. Ao final da temporada, ele e MP chegaram a discutir uma renovação de contrato e afirma que gostaria de seguir na escuderia, mas que o convite da Virtuosi pesou na decisão.

“Começamos as negociações na metade do nosso calendário. Tínhamos conversado com eles (Virtuosi) e outras equipes, mas acabamos fechando com eles porque, para mim, foi a equipe que teve o melhor carro esse ano. A MP foi muito boa, gostaria de ter seguido no 2º ano com eles, mas acho que o tiro mais certo foi fechar com a Virtuosi, que nos recebeu de braços abertos”, explicou.

Agora com a nova equipe, Drugovich acredita que é possível alçar voos mais altos na Fórmula 2 e fala até em briga por título. Ele cita o bom carro que a equipe tem e os resultados que obteve na última temporada para reforçar suas expectativas.

“Acredito que sim (dá para brigar por título). Óbviamente, precisamos esperar a primeira classificação do ano, para saber onde estamos, o quanto estamos preparados, mas tirando por base os resultados que tivemos esse ano, me sinto bem preparado, confortável e acho que podemos brigar por título”, finalizou.

Confira os demais assuntos da entrevista na íntegra:

Como foi o seu começo no automobilismo?

R: Eu comecei em Maringá, meus tios sempre estiveram envolvidos no automobilismo, gostavam muito e, quando eu tinha 8 anos, por volta de 2008, eles perguntaram se eu gostaria de testar um Kart, pra ver se eu gostava e acabou que gostei muito. Foi aí que nasceu a paixão, digamos. Antes disso, eu já brincava bastante com carrinhos de autorama, já gostava de carros e tudo mais, mas nunca tinha guiado alguma coisa. Assim que guiei, gostei bastante.

Você esperava ter resultados tão expressivos logo na sua primeira temporada de Fórmula 2?

R: Com certeza não. Foi um pouco uma surpresa ter uma vitória logo no primeiro final de semana de corrida e terminar o ano com 3 vitórias, 4 podiuns e uma pole position foi uma coisa absurda para mim e com toda certeza, o mais importante, é que aprendi muito durante o ano, algo que vou levar para o ano que vem.

Tem gente que, hoje em dia, acredita que o automobilismo é mais o carro do que o piloto, enquanto outros pensam o oposto disso. Qual a sua posição sobre o assunto?

R: O piloto ainda faz muita diferença, na verdade a maior diferença é o piloto e nunca deixará de ser, se não fosse isso, não seria um esporte individual na pista. Mas, acho que na Fórmula 2, essa questão (do carro) ajuda muito. Mesmo todos sendo iguais de fábrica, você pode ajustar o setup do carro, e isso ajuda muito a fazer o piloto se sentir mais confortável. como guiá-lo. Às vezes, o carro pode até ser rápido, mas o piloto não conseguir guiar bem, do jeito que ele quer, por isso é importante ter uma equipe boa do lado.

Qual a sua relação com os demais pilotos e quais são os pilotos que te inspiram?

R: Acho que como todo piloto brasileiro, temos o Senna como ídolo. Gosto bastante também do Niki Lauda. Já quanto ao relacionamento, nas pistas, é difícil manter contato, você está lá, concentrado 100% no seu trabalho. Eu até tenho um pouco de contato com o pessoal brasileiro, mas na Fórmula 2, no geral, é mais difícil. Mas é muito legal conviver no mesmo ambiente que o pessoal da Fórmula 1, já que nosso fim de semana de corridas é o mesmo que o deles.

Você acredita que pode ser o próximo piloto brasileiro na Fórmula 1?

R: Sim, acredito e é por isso que estou fazendo esse trabalho. Preciso ter 100% de confiança em mim mesmo e no trabalho que eu faço.

O que falta para termos mais pilotos brasileiros se destacando no cenário automobilístico internacional?

R: Acredito que a base vem forte. Temos muitos pilotos jovens, bons e rápidos surgindo. O que falta mesmo hoje em dia é a parte financeira, é muito difícil isso no nosso esporte e no Brasil, da forma que está, é difícil achar patrocinadores. A ajuda do pessoal é crucial, não só apoio de torcida, mas também financeiro, precisamos muito disso. Sem isso, é quase impossível chegar na Fórmula 1.

Qual foi a importância de Maringá para a sua carreira?

R: Eu nasci, cresci e morei aqui até os meus 13 anos. Gosto muito da cidade. Muita gente me pergunta se eu prefiro morar no Brasil ou no exterior, eu gosto muito do Brasil, mas é claro que o esporte é melhor lá fora, pelo fato de estar mais perto das provas. Falando sobre Maringá, acho que é uma cidade sensacional, mesmo rodando o Brasil e conhecendo várias cidades, sempre achei Maringá o melhor lugar possível para se viver. Gosto muito do pessoal, ainda tenho contato com muitos amigos e toda vez que venho, sou muito bem acolhido.

Ao longo da temporada 2020 da Fórmula 2, foram 3 vitórias e 4 podiuns correndo pela MP Motosport | Foto: Reprodução/Twitter/Fórmula 2

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