Conheça a história do Edmilson, atleta da região de Maringá que venceu uma maratona com cacos de vidro encravados no pé
Aos 57 anos, Edmilson Rodrigues é sinônimo de resistência e superação. Atualmente morador de Sarandi, município vizinho a Maringá, o atleta soma mais de três décadas de dedicação ao atletismo, colecionando títulos em corridas de rua e maratonas dentro e fora do Brasil. Campeão da Maratona Internacional de Florianópolis em 2023 e quarto colocado na Maratona de Miami, em 2005, ele compartilhou sua trajetória em entrevista ao Portal GMC Online, marcada por obstáculos que transformou em combustível para seguir adiante.
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Nascido na zona rural de Astorga, no Paraná, Edmilson conheceu a corrida ainda criança. Sem treinar e calçando tênis emprestados, participou de uma prova de 2 km na cidade. Para surpresa de todos, inclusive dele mesmo, cruzou a linha de chegada em segundo lugar. “Ali nasceu o sonho. Pensei: se cheguei em segundo sem treinar, imagina se me dedicar?”, lembra.

A infância e a juventude foram de muito trabalho. Edmilson ajudava a família na lavoura e enfrentou jornadas duras de serviço antes de treinar. Ainda assim, nunca deixou o atletismo de lado. “Muitos diziam que eu não conseguiria. Mas a corrida sempre falou mais alto”, conta.
O caco de vidro no pé
Um dos episódios mais emblemáticos da carreira de Edmilson aconteceu na Maratona Internacional de Florianópolis em 2023. Durante a prova, um caco de vidro ficou encravado em seu pé. A dor foi intensa, mas ele se recusou a abandonar. Seguiu firme até a linha de chegada e, mesmo machucado, cruzou em primeiro lugar. “Corri com o vidro no pé. Quando terminei, precisei ir direto ao hospital. Mas aquele título foi inesquecível”, relembra.
A persistência ao longo dos anos também o levou a conquistar espaço internacional. Em 2005, Edmilson disputou a Maratona de Miami, nos Estados Unidos, e terminou na 4ª colocação. “Era um sonho disputar uma prova fora. Estar entre os primeiros em outro país foi a realização de um desejo de menino”, afirma.

Depois de muitos anos conciliando treinos e trabalhos pesados, Edmilson conseguiu algo raro para atletas amadores: passou a viver exclusivamente do esporte. “Muitos atletas trabalham o dia inteiro e ainda arrumam tempo para correr. Eu conquistei a chance de me dedicar só ao atletismo. Isso é uma vitória pessoal”, diz orgulhoso.
Inspiração para novos talentos
Hoje, Edmilson Rodrigues não carrega apenas medalhas no peito, mas também a missão de inspirar outros corredores. O corredor treina jovens atletas e busca mostrar que, com disciplina e fé, é possível vencer mesmo diante das dificuldades. “Sempre digo que nunca é tarde para correr atrás dos sonhos. Se eu consegui, qualquer um pode”, afirma.
