
A atleta maringaense Simoniely Serathiuk, encerrou a temporada de 2025 com um feito inédito na carreira: pela primeira vez, passou a integrar o top 10 do ranking brasileiro de maratona, divulgado nesta semana pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). A atleta aparece na décima colocação, com o tempo de 2h47min27s, conquistado na Maratona de Porto Alegre.
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A marca coloca Simoniely a apenas dois minutos da sétima melhor maratonista do Brasil no ano, em um ranking dominado majoritariamente por atletas profissionais. O melhor tempo da temporada ficou com Marina Richwin, que completou os 42 quilômetros em 2h36min07s.
Em entrevista ao Portal GMC Online, a corredora destacou o peso dessa conquista, especialmente por conciliar a rotina de treinos com o trabalho fora do esporte. Professora da rede municipal de Marialva, ela mantém uma jornada de 40 horas semanais na educação infantil e realiza os treinos nas primeiras horas da manhã, antes do expediente.
“Agora que o calendário acabou, posso dizer que estou entre as 10 maratonistas mais rápidas do Brasil em 2025. Isso é muito significativo, porque eu sou uma atleta amadora, trabalho o dia inteiro em outra profissão e a corrida não faz parte da minha jornada de trabalho”, afirmou.
A marca registrada em Porto Alegre é também a melhor da carreira de Simoniely na distância. Na prova, ela foi a terceira brasileira mais rápida e terminou na oitava colocação geral, enfrentando um nível técnico elevado. Segundo a atleta, o resultado é fruto de um treinamento totalmente voltado à performance, mesmo com limitações impostas pela falta de tempo para descanso.
“Treinar para maratona é outra categoria de corrida. Tudo conta: descanso, alimentação, suplementação. Para quem não é profissional, organizar isso é extremamente difícil. Estar nesse top 10 mostra o poder da constância”, destacou.
Tricampeã da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu (2022, 2023 e 2024), Simoniely explicou que o cancelamento da prova em 2025 a levou a buscar uma maratona mais rápida, o que possibilitou a conquista do tempo expressivo. Apesar das vitórias em Foz, ela ressalta que o percurso desafiador da prova dificultava a obtenção de marcas mais baixas.
O ano, no entanto, também foi marcado por desafios físicos. Após a maratona de Porto Alegre, a atleta enfrentou problemas de saúde, incluindo uma pneumonia e o diagnóstico de Síndrome de Deficiência Energética do Esporte, condição relacionada ao alto desgaste físico aliado à falta de recuperação adequada.
“Meu corpo sinalizou que precisava de descanso. O descanso faz parte da jornada de trabalho de um atleta profissional, mas para nós, amadores, não. O mundo não para para a gente fazer uma maratona”, refletiu.
Para 2026, Simoniely planeja um período de reequilíbrio físico e redução de carga. A ideia é deixar as maratonas para o segundo semestre e focar, inicialmente, em provas de 5, 10 e 21 quilômetros, priorizando a saúde e o fortalecimento do corpo.
“Chegou o momento de dar um passo para trás, cuidar da saúde e alinhar melhor o treinamento. A corrida continua fazendo parte de quem eu sou, mas agora com mais prudência”, concluiu.