25 de março de 2025

Análise: Intensidade e foco em minimizar erros indicam ainda mais emoção no segundo jogo entre Maringá FC e Operário


Por Felippe Gabriel Publicado 22/03/2025 às 19h11
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Intensidade. Essa é a palavra que define boa parte da partida de ida da final do Campeonato Paranaense. Maringá FC e Operário empataram em 2 a 2 neste sábado, 22, no Estádio Willie Davids, em Maringá, no pontapé inicial da decisão.

Diante de um WD lotado, com mais de 16.700 pessoas, e muito calor, os trabalhos começaram cedo no gramado. Aos 6’, Boschilia cobrou falta de muito longe e acertou o ângulo, surpreendendo Dhiemison, que não conseguiu chegar na bola. 1 a 0 para o Operário, no primeiro lance real do jogo.

Atrás no placar, o Maringá FC subiu a marcação e rondou a área adversária nós minutos seguintes. O time construiu algumas chances em cobranças de faltas e escanteios e lançamentos rápidos para o ataque. O principal nome do Dogão era Negueba, muito acionado pela esquerda.

Quem se associava ao camisa 7 era Léo Ceará, que aos 18’, encontrou Maranhão na risca da grande área. O centroavante protege e toca para Moraes, que domina errado e se estica para finalizar, exigindo uma defesa importante de Elias.

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Boschilia abriu o placar com golaço de falta | Foto: André Jonsson/OFEC

O Operário não cedia à pressão e estava muito bem postado na defesa, com as linhas defensivas muito compactadas e apostando nos lançamentos para Mingotti.

Em um dos lançamentos, Mingotti ganhou da marcação e fez o pivô para Neto Paraíba, que limpou Buga e arriscou. Em raro chute, o volante ampliou o marcador para o Fantasma, novamente com a bola indo no ângulo de Dheimison, aos 24’. Na jogada, a defesa do Maringá corria para trás e tinha cinco jogadores contra três do Operário. Mas a agilidade dos jogadores alvinegros para se desvencilhar da bola foi mais eficaz que a marcação tricolor.

Mesmo perdendo, o Maringá FC não perdeu intensidade e continuou em cima, empurrando todo o time do Operário para trás, que só deixava Mingotti na frente para brigar por uma bola longa e armar o contra-ataque, como foi no segundo gol.

Aos 26’,  Moraes recebeu dentro da área, cortou e bateu no canto, para linda defesa de Elias. Na sobra do escanteio, Léo Ceará, pela esquerda, lançou para a área e encontrou Max Miller, que apareceu por trás da defesa e colocou o pé para desviar para o fundo do gol. A zaga do Operário ficou parada fazendo a linha de impedimento, que foi dado, mas retirado pelo VAR. Gol confirmado.

Quando parecia que o jogo iria se encaminhar para o intervalo como estava, o Operário teve tempo de perder três chances e o Dogão mais uma. Allano tabelou com Mingotti, que devolveu de calcanhar. O camisa 29 limpou Dheimison e tinha o gol livre, mas perdeu após Cauã Tavares tirar em cima da linha em boa recuperação. Minutos depois, mais um escape do Fantasma com Neto Paraíba e Mingotti, contra dois zagueiros do Maringá FC. O volante cruzou, a bola passou por Dheimison e o camisa 9 alvinegro, sozinho, não pegou bem na bola e mandou para fora.

Na reposição de bola, o Maringá FC chegou rapidamente na área adversária e Maranhão chutou baixo para acertar a trave esquerda de Elias. Ainda deu tempo de mais uma infiltração de Mingotti em passe de Neto Paraíba, que não pegou em cheio na bola e parou em Dheimison. Intervalo: Maringá FC 1×2 Operário.

O primeiro tempo foi extremamente movimentado, de um Maringá que recuperava a posse e finalizava a jogada rapidamente, jogando contra uma defesa postada, mas contando com o brilho individual do quarteto ofensivo formado por Negueba, Ceará, Moraes e Maranhão, que encontravam espaços entre os defensores.

Já o  Operário jogava em saídas de contra-ataque, contra um defesa adiantada, que precisava correr para trás nos lançamentos. Foi efetivo em chutes de longe, sem chances para Dheimison, e abdicou do jogo curto. Boschilia apareceu pouco, mas com qualidade. Neto Paraíba tinha muita presença em todas as partes do campo e Mingotti criava muitas oportunidades na frente, mas perdeu dois gols muito claros no fim.

Os espaços na defesa maringaense foram aparecendo com as ausências de Rodrigo e Ronald, suspensos. Lucas Bonifácio, substituindo o camisa 8, ficou abaixo, por não ter a mesma presença de área e intensidade na recomposição. A falta de Ronald também deixou a zaga menos segura e com uma saída de bola menos qualificada.

No intervalo, Neto Paraíba deixou o jogo com um desconforto na coxa e deu lugar a Índio no Operário. Por opção, o técnico Jorge Castilho sacou Raphinha e colocou Cristovam pela lateral direita. Logo nos minutos iniciais, Mingotti foi mais um a sentir e saiu para a entrada de Daniel Amorim.

Antes que as equipes se recolocassem em campo, o Maringá FC empatou. Aos 7’, Boschilia precisou recompor a defesa e tirou mal. A bola caiu nos pés de Maranhão, que achou Moraes entre os zagueiros. O atacante, como um típico camisa 9, dominou, girou e chutou rasteiro no cantinho para empatar.

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Moraes chegou ao sétimo gol no Paranaense | Foto: Fernando Teramatsu/MFC

As muitas mudanças e o receio por dar espaço ao adversário deixaram a segunda etapa mais lenta e com uma queda de ritmo visível. Os primeiros minutos após o gol foram de mais estudo, com as equipes ainda se ajustando com as substituições. Índio manteve as chegadas ao ataque que Neto Paraíba fez no primeiro tempo, mas Amorim entregou menos mobilidade que Mingotti. Pelo tricolor, Cristovam foi menos ao ataque que Raphinha. 

Tudo isso contribuiu para as poucas chances das equipes. Quem pareceu se ajustar mais rápido foi novamente o Maringá FC, mas só aos 35’. Maranhão pressionou a saída de bola pela direita de Allan Godói e ganhou, entrou na área e finalizou prensado na marcação de Joseph.

O Operário acordou e, aos 38’ teve a chance mais clara da segunda etapa. Feliciano cruzou rasteiro para a área após a sobra em cobrança de lateral. Kleiton adiantou a marcação, mas pegou muito baixo na bola e perdeu o gol estando livre dentro da área. Fim: Maringá FC 2×2 Operário.

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Tudo em aberto para o jogo da volta, em Ponta Grossa | Foto: Fernando Teramatsu/MFC

Depois de um primeiro tempo sem dar fôlego para quem acompanhava, as equipes perderam a intensidade no segundo tempo. A impressão que deu foi que os times estavam mais focados em reduzir os erros do que acertar. Uma postura totalmente justificável após quatro gols que saíram, primeiramente pela qualidade individual, mas também por desajustes defensivos de ambos os lados.

Tudo ficou em aberto. A vantagem do Operário de decidir em casa não parece, nesse momento, que vá se traduzir em algo muito concreto. A expectativa é de um novo embate com muitas trocas e, claro, intensidade.

A partida de volta acontece no próximo sábado, 29, às 16h, no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, para definir o campeão paranaense de 2025.

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