08 de julho de 2025

Após derrota, Castilho admite problemas por indisciplina no elenco: ‘Temos que ver quem está comprometido’


Por Felippe Gabriel Publicado 30/06/2025 às 16h26
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Depois da derrota para a Ponte Preta no último sábado, 28, Jorge Castilho admitiu problemas de indisciplina no elenco do Maringá FC. O treinador não revelou nomes, mas afirmou que medidas foram tomadas já para a partida contra a equipe paulista.

— Nós tivemos problemas, como todo clube tem. Como toda casa tem. Como toda empresa tem. Eu acho que problemas internos, eles acontecem. E nós, como liderança, temos que tomar as decisões. Nós tomamos algumas decisões. Podem estar refletindo de alguma forma. Mas era preciso tomar as decisões que foram tomadas. E agora nós temos que nos fortalecer, unir o grupo. Ver, de fato, aqueles jogadores que estão comprometidos, que entraram dentro do campo hoje. Mostrar o comprometimento. Eu acho que isso é importante. E buscar o resultado. O nosso problema está na primeira vitória. A hora que a gente tiver a primeira vitória, nesse momento, as coisas vão se acalmar. O trem vai voltar para o trilho. E a gente vai fazer um grande campeonato ainda — declarou o treinador.

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Técnico Jorge Castilho admite problemas por indisciplina no elenco | Foto: Wendel Gomes/MFC

Em relação à partida anterior, na derrota contra o Náutico, foram sete mudanças no time titular para encarar a Ponte Preta. Tito e Max Miller retornaram após cumprir suspensão e, ao lado de Jhow, formaram o trio de zaga no lugar de Ronald, Vilar e Rhuan.

O camisa 3 retornou ao meio campo, juntamente com Evanderson, que se recuperou de lesão. Assim, Pingo e Vitinho voltaram para a reserva. Na ala direita, Robertinho retomou a posição de Cristovam, e Vinícius Amaral jogou na esquerda, deslocando Negueba para a dupla de ataque. Ele e Raí Natalino substituíram Júlio Rodrigues e Moraes. O camisa 9 está em negociação de transferência para o Suwon FC, da Coreia do Sul.

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Entre os atletas que não foram relacionados, foram quatro novidades: Rhuan, Vilar, Bruno Cheron e Fernando. Cheron ficou fora por lesão, enquanto “problemas particulares” tiraram Vilar do jogo, segundo alegou o clube. Além deles, Iago Santana, Lucas Bonifácio, João Félix (lesionados), Yugo Masukake, Rafael William e Cauã Tavares (por opção) também ficaram fora.

Diante das inúmeras modificações, Jorge Castilho montou um time diferente, com quatro meio-campistas, mesmo não alterando sua plataforma básica de jogo.

— [Montei o time] Baseado na análise do adversário. Nós tínhamos a intenção de ter uma sobra com o Ronald. Ou por dentro, ou atrás do terceiro zagueiro, essa era a primeira ideia. [A Ponte Preta] É um time que trabalha bem a bola. E a gente estava sofrendo um pouquinho, alguns gols até, de profundidade. Conseguimos segurar no primeiro tempo, só que nós perdemos um pouquinho de força ofensiva. Tanto que foi um jogo igual, na minha concepção, um jogo difícil pros dois lados. Nós fizemos um bom segundo tempo, com as trocas que nós fizemos. Tomamos um gol muito cedo. E foi o único chute que a Ponte Preta deu ao gol. O momento é difícil. Quando você está num momento difícil e você toma o gol, as coisas acabam complicando um pouquinho mais. É retomar a confiança, é buscar aquilo que a gente sabe fazer. Os jogadores se entregaram muito no segundo tempo hoje, só que o resultado não veio. E agora é seguir e pensar no Ypiranga — explicou Castilho.

Dogão está há quase dois meses sem vencer

O novo revés na Série C aumentou a sequência negativa do Maringá FC, que não vence há sete partidas na temporada. A última vitória foi contra o Confiança, no dia 3 de maio, pela quarta rodada do Brasileirão. De lá pra cá, foram três empates e quatro derrotas, incluindo a eliminação para o Atlético-MG na Copa do Brasil.

Os resultados provocaram a queda do tricolor na tabela, que caiu do sétimo lugar no início da rodada para a 10ª posição. O MFC ainda pode ser ultrapassado pelo Floresta, que joga contra o Brusque nesta segunda-feira, 30. Assim, a equipe fica fora do G8 – a zona de classificação para a próxima fase – pela primeira vez em 10 rodadas.

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Maringá FC perdeu para a Ponte Preta e saiu da zona de classificação | Foto: Fernando Teramatsu/MFC

A derrota no último sábado também encerrou uma invencibilidade de 11 jogos do Maringá FC jogando em casa. A última derrota havia sido em 9 de fevereiro, para o Athletico-PR, na primeira fase do Campeonato Paranaense.

— A fase não está boa, as coisas não estão acontecendo. A gente sabe que futebol é isso. Um jogo atípico, um resultado diferente que a gente não está acostumado. São cinco meses sem perder dentro de casa. E hoje veio essa amarga derrota. Onde, na minha concepção, no segundo tempo nós jogamos melhor e nós não fomos felizes. Eu acho que é o momento de juntar os cacos e ir para o jogo contra o Ypiranga. Fortalecido, recuperar a confiança dos atletas. Passar confiança para eles. Não está tudo certo, também não está tudo errado. A gente tem que deixar isso bem claro. Teve algumas coisas boas hoje. E eu acredito que nós vamos sair dessa situação incômoda. E pedir ajuda do torcedor. Que o torcedor possa continuar acreditando, fazendo a parte dele na arquibancada. E nós vamos trabalhar mais para que a gente possa sair dessa situação também — disse o técnico tricolor.

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Busca por reforços

— A diretoria já tem falado sobre reforços. Não cabe a mim ficar falando toda hora de reforços. Eu acho que todo time, hoje, quando tem janela para abrir, vai atrás de um jogador que possa vir para encaixar. É lógico que nós precisamos. Agora tem que esperar o mercado. Tem que ver se nós vamos encontrar jogadores que servem para o nosso modelo de jogo. Porque é muito fácil falar em contratar. Agora tem que saber. Porque hoje os jogadores estão cada vez mais caros. Muitos já estão empregados. Então a gente está em busca. Estamos atentos ao mercado a todo momento.

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Objetivo de subir para a Série B ficou distante?

— Não, é buscar a classificação. Nós estamos na metade do campeonato. Eu acho que a luz de alerta já está acesa desde a última derrota. Mas também a gente não pode acreditar que agora é manutenção. Nós temos que continuar confiando e acreditando naquilo que a gente vem fazendo. Faltam algumas rodadas, então muita coisa pode acontecer. Então a gente não vai jogar a toalha porque tem muita água que vai passar por debaixo da ponte. Resgatar a autoestima é importante para esse próximo jogo até porque foram duas derrotas seguidas. E agora o jogo fora também é difícil. Mas nós temos que resgatar a confiança dos atletas. É uma obrigação nossa. E os atletas têm a obrigação deles de se sentirem confiantes para jogar. E só eles podem nos tirar dessa situação. Nós fazemos as análises. A gente faz os treinamentos durante a semana. Só que quem joga são eles. E eles sabem disso. Eles sabem da responsabilidade deles. Nós temos a nossa, eles têm a deles. E a gente está junto para buscar sair dessa situação incômoda.

O próximo compromisso do Maringá FC será contra o Ypiranga, atual 3º colocado, com 19 pontos. A partida está marcada para o próximo domingo, 6, às 19h, no Estádio Willie Davids, pela 11ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro.

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