09 de junho de 2025

Árbitro relata em súmula que Ronald, do Maringá FC, teria avisado que queria tomar cartão amarelo

Fato ocorrido contra o Botafogo-PB foi esclarecido pelo delegado da partida em relatório: "registro impreciso"


Por Felippe Gabriel Publicado 19/05/2025 às 15h01
Ouvir: 07:43

No empate entre Maringá FC e Botafogo-PB, em 1 a 1, neste domingo, 19, um cartão amarelo dado para Ronald, do Dogão, gerou polêmica após a divulgação da súmula da partida.

O zagueiro – que não foi titular no jogo por estar se recuperando de uma lesão na coxa, mas estava no banco de reservas – foi advertido com um cartão amarelo após invadir o campo durante a comemoração do gol de Fernando, aos 33 minutos do segundo tempo, no empate maringaense.

Ronald estava pendurado com dois cartões amarelos e, com o terceiro, está suspenso da próxima partida do Maringá na Série C, contra o Anápolis, no dia 25, em Goiás. Para o confronto da Copa do Brasil contra o Atlético-MG, no entanto, o capitão está liberado e deve voltar ao time após o tratamento da lesão. A partida contra o Galo mineiro está marcada para a próxima quarta-feira, 21, às 21h30, na Arena MRV, em Belo Horizonte.

maringafc_1747595410_3635416255340936903_2216905875
Ronald estava no banco de reservas, mas não foi utilizado na partida | Foto: Fernando Teramatsu/MFC

O que gerou a polêmica foi o registro em súmula do árbitro Carlos Tadeu Ferreira de Castro, informando que um jogador do Maringá FC teria se dirigido à equipe de arbitragem e avisado que queria tomar cartão, ainda perguntando se precisava fazer algo ou não (leia abaixo na íntegra o registro da súmula).

Segundo o árbitro, o delegado da partida, Fábio Henrique Gustalla Ferreira dos Santos, foi quem informou a equipe de arbitragem sobre o ocorrido. Carlos Tadeu incluiu no registro que ele e seus assistentes tiveram dúvida sobre a informação em um primeiro momento, além de relatos dos integrantes reiterando que aplicariam cartão ao jogador se fosse necessário: “Nós não temos nada a ver com essa situação. Aplicaremos as sanções necessárias”.

O texto é finalizado com um diálogo entre Carlos Tadeu e Fábio Henrique ocorrido ao fim da partida, no qual o delegado informou ao árbitro que Ronald, atleta que ele havia mencionado, tinha tomado a advertência.

Após a divulgação da súmula na noite de domingo, o Maringá FC negou que Ronald teria conversado com o integrante da arbitragem durante o jogo e que estava tentando contato com o delegado para entender a situação.

Delegado presta esclarecimentos em relatório

Na tarde desta segunda-feira, 19, o delegado Fábio Henrique Gustalla Ferreira dos Santos divulgou o relatório da partida, onde esclareceu o registro do árbitro na súmula, classificando-o como “impreciso” (leia abaixo na íntegra o registro do relatório da partida).

Segundo Fábio Henrique, em nenhum momento ele teve contato com os atletas do Maringá FC e que a situação relatada por ele à equipe de arbitragem foi uma insinuação do que Ronald, que estava lesionado e pendurado, poderia fazer ao longo da partida.

Aparentemente, a equipe de arbitragem não compreendeu corretamente o teor da observação”.

Por fim, o delegado relatou que não foi procurado pela equipe de arbitragem para prestar maiores esclarecimentos e que a súmula foi registrada fora do estádio, contribuindo para a imprecisão dos fatos.

maringafc_1747603711_3635485883455033824_2216905875
Ronald, de colete amarelo, invadiu o campo para comemorar o gol de Fernando | Foto: Fernando Teramatsu/MFC

Leia na íntegra o registro da súmula

Informo que, antes do início da partida, durante o momento de planejamento da equipe de arbitragem, o delegado da partida, Sr. Fábio Henrique Gustalla Ferreira dos Santos, dirigiu-se à equipe de arbitragem e proferiu as seguintes palavras:

“Um atleta que estará no banco de reservas do Maringá, pediu para avisar que quer tomar cartão. Ele quer saber se precisa fazer algo ou não.”

No momento da fala, houve uma dúvida inicial por parte da equipe de arbitragem quanto ao que exatamente se tratava o conteúdo da informação. Em seguida, foi respondido pelo árbitro da partida:

“Nós não temos nada a ver com essa situação. Aplicaremos as sanções necessárias.”

O assistente número 2, Sr. Júlio César Gaudencio, complementou: “A regra do jogo será cumprida. O que ele irá fazer ou não, não cabe a nós.” 

A assistente número 1, Sra. Thayse Marques Fonseca, corroborou acrescentando que: “Não temos nada a ver com isso, vamos fazer valer a regra do jogo.”

Após esse diálogo, o planejamento foi retomado normalmente. Ao término da partida, o delegado da partida, Sr. Fábio Henrique Gustalla Ferreira dos Santos, entrou no vestiário da equipe de arbitragem e disse: “Viu quem foi que tomou o cartão!?”

Perguntei: “Quem?”

E ele respondeu: “Foi o atleta número 3 do maringá, Ronald Eugênio de Carvalho. O mesmo que mencionei antes do início do jogo.”

Registro que o referido atleta foi advertido com cartão amarelo aos 34 minutos do segundo tempo por invadir o campo de jogo durante a comemoração do gol da equipe do Maringá. Diante da menção ao episódio, foi dito pela equipe: “Isso não pode acontecer. Esse assunto não diz respeito à arbitragem.”

Leia na íntegra o registro do relatório da partida

Consta na súmula da partida um registro impreciso que merece esclarecimento. Este delegado, em nenhum momento, manteve qualquer contato direto com os atletas antes do início da partida.

De fato, a equipe de arbitragem, antes do início do jogo, encontrava-se conversando sobre aspectos gerais da partida, quando comentou sobre o time do Maringá, especialmente a respeito do capitão, Sr. Ronald Eugenio de Carvalho. Na ocasião, este delegado mencionou que o referido atleta estaria no banco de reservas, acrescentando que havia ouvido que ele ainda se encontrava lesionado e ?pendurado?.

Nesse contexto, foi feito um comentário no sentido de que, caso o atleta apresentasse comportamento inadequado no banco de reservas, ?já sabem o que ele quer? ou seja, poderia estar tentando forçar uma punição disciplinar, com o intuito de cumprir suspensão enquanto lesionado. Aparentemente, a equipe de arbitragem não compreendeu corretamente o teor da observação.

Ressalte-se que este delegado não manteve contato direto com o atleta Ronald Eugenio de Carvalho, nem com qualquer outro atleta. Por fim, destaca-se que a arbitragem não procurou este delegado para esclarecimentos adicionais, e que a súmula da partida não foi finalizada no estádio, o que contribuiu para o relato impreciso dos fatos.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação