CBF admite erro de arbitragem na partida entre Maringá FC e Anápolis na Série D; assista a análise


Por Felippe Gabriel

O Maringá FC divulgou nesta quarta-feira, 25, um comunicado em que agradece a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo retorno dado em relação ao ofício protocolado pelo clube no dia 17 de setembro, acerca da decisão do árbitro Hieger Túlio Cardoso (MG), na não marcação do pênalti em cima do atleta Júlio Rodrigues, mesmo com a revisão e orientação do VAR, comandado pelo árbitro de vídeo Vinicius Gomes do Amaral (MG).

Foto: Fernando Teramatsu/MFC

De acordo com a nota resposta (confira abaixo na íntegra), a CBF admitiu o erro do árbitro de campo e, após a análise das imagens, classificou a ação do defensor do Anápolis como “imprudente, ou seja, demonstrou falta de atenção e agiu sem precaução ao disputar a bola com o atacante”. Ainda, comunicou que Hieger Túlio Cardoso deveria ter interpretado o lance como faltoso e, por isso, o árbitro “passará por processo de orientação, através do […] Programa de Assistência e Desenvolvimento da Arbitragem” da entidade.

A não marcação da falta aconteceu no jogo de volta da semifinal do Campeonato Brasileiro da Série D, disputada no Estádio Regional Willie Davids, entre Maringá FC e Anápolis-GO, no último dia 15. A partida terminou em 0 a 0 no tempo normal e com vitória do time goiano nas pênaltis por 5 a 4, após Ronald disperdiçar a cobrança para o Dogão.

O jogo da ida também havia terminado empatado, em 1 a 1, no Estádio Jonas Duarte, em Anápolis. Com o resultado, o Galo da Comarca se classificou para a final da competição. Caso o Maringá FC tivesse vencido o jogo por 1 a 0 teria garantido a vaga.

Por conta disso, clube e torcedores ficaram indignados com a decisão da arbitragem que, segundo eles, teria dado outros rumos para a partida, e cobraram um posicionamento da CBF.

Lance ainda no primeiro tempo

Foto: Reprodução

Aos 46 minutos do primeiro tempo o atacante Júlio Rodrigues é derrubado pelo zagueiro Igor dentro da área, mas o árbitro da partida interpretou como não sendo falta e o jogo seguiu normalmente. Logo em seguida, o VAR (Árbitro Assistente de Vídeo) analisou a jogada e recomendou a revisão do árbitro de campo à beira do gramado.

Considerando que o pênalti deveria ser marcado, o árbitro de vídeo Vinicius Gomes do Amaral mostrou alguns ângulos para o árbitro Hieger Túlio Cardoso, que preferiu não alterar sua decisão de campo. Cardoso considerou o choque entre os jogadores, mas destacou que o atacante Júlio Rodrigues “recebeu o contato e dobrou os joelhos para cair no gramado”.

Ouça a análise do VAR:

Confira a nota da CBF na íntegra:

“Em sua resposta ao ofício enviado, a Comissão de Arbitragem da CBF Questiona a equipe solicitante que o árbitro não interpretou como tiro penal a ação do defensor da equipe adversária numa conduta faltosa durante disputa pela bola com o atacante da equipe reclamante, evitando, assim, que o mesmo tivesse a condição de concretizar um ataque promissor.

Analisando as imagens é possível perceber que o defensor atuou de maneira imprudente, ou seja, demonstrou falta de atenção e agiu sem precaução ao disputar a bola com o atacante da solicitante.

Espera-se que em situações como a relatada acima, o árbitro, que é responsável por essa avaliação, interprete como ação faltosa disputas dessa natureza, uma vez que são orientados assim, através das constantes instruções passadas pela CA-CBF.

Aclaramos que a CA–CBF está atenta ao trabalho desenvolvido pelos árbitros nas diferentes competições organizadas pela instituição e segue na busca pela excelência da arbitragem brasileira.

Nesse sentido, o árbitro da partida passará por processo de orientação, através do nosso Programa de Assistência e Desenvolvimento da Arbitragem visando correção com relação à interpretação, principalmente, no que concerne ao tema disputas em situações que ocorrem dentro das áreas penais.

Com respeito aos áudios e o vídeo da situação em questão, a CA-CBF disponibiliza o referido, conforme solicitação, no sentido de dirimir qualquer dúvida e deixar transparente a comunicação entre o árbitro e a equipe da cabine VAR. O material solicitado encontra-se citado abaixo“.

Apesar de ter enviado a resposta ao clube maringaense, a CBF ainda não divulgou a nota ou o vídeo da análise do VAR em seus canais oficiais.

Árbitro Hieger Túlio Cardoso em atuação pelo Campeonato Mineiro 2024 | Foto: Fernanda Trindade/Athletic

Por fim, o Maringa FC ainda cobrou melhorias na arbitragem da CBF:

“O Maringá Futebol Clube novamente lamenta a decisão equivocada do árbitro em questão e segue aberto para evolução no quadro de arbitragem para que erros como este não voltem a acontecer. Seguimos nossa preparação para a temporada de 2025, quando disputaremos o Campeonato Paranaense, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série C”.

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