O Maringá FC finalizou sua participação na primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série D no último sábado, 20, com vitória em cima do Santo André, por 1 a 0, e na liderança do grupo A7, com 32 pontos. Depois de todos os grupos serem definidos, o Novo Hamburgo-RS, 4º colocado do grupo A8, será o adversário do Tricolor na segunda fase da competição.
O confronto de mata-mata será decidido em dois jogos. O primeiro será no Rio Grande do Sul, no sábado, 27, ou no domingo, 28. A partida de volta será no Willie Davids, no outro final de semana, dia 3 ou 4 de agosto. As datas e horários ainda serão definidas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O Maringá FC decide a segunda fase em casa por ter tido melhor campanha na fase de grupos. O Dogão, inclusive, assegurou a 3ª colocação geral da Série D, entre 64 clubes participantes.
Quem se classificar enfrenta o vencedor do duelo entre Mixto-MT e Portuguesa-RJ, nas oitavas de final. A fase seguinte, as quartas de final, define os quatro times promovidos à Série C de 2025.
Conheça o Novo Hamburgo
O Esporte Clube Novo Hamburgo (ECNH), sediado na cidade gaúcha de mesmo nome, foi fundado em 1º de maio de 1911, possuindo 113 anos de história. O clube manda seus jogos no Estádio do Vale, que tem capacidade para 5.196 torcedores. Nesta temporada, além da Série D, disputou o Campeonato Gaúcho e foi rebaixado para a segunda divisão.
Novo Hamburgo é uma cidade conhecida pela indústria dos calçados e, nesse contexto, o clube ‘anilado’ foi criado. Em uma celebração ao Dia do Trabalhador, os funcionários da Adams Footwear Factory, que sempre jogavam futebol juntos, decidiram fundar o clube. O nome escolhido foi Sport Club Novo Hamburgo. Em função da base econômica do município, o marcote do time é um sapato, chamado de “Pé Quente”.
As cores escolhidas para os símbolos da equipe foram o azul, o anil e o branco, originando o apelido de “Anilado” ao clube e à torcida. Outro apelido do ECNH é “Noia”, que advém da pronúncia alemã de “Neue Hamburg“.
Anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial (1938-1945), a cidade gaúcha precisou mudar de nome, devido à sua origem germânica. Assim, passou a se chamar Marechal Floriano Peixoto, enquanto o clube teve o nome alterado para Esporte Clube Floriano. Somente em 1968 a agremiação retornou à alcunha antiga, Esporte Clube Novo Hamburgo, agora com o aportuguesamento da expressão “Sport Club”.
Títulos
Com ‘eras de ouro’ durante o século XX no futebol estadual, o Novo Hamburgo foi vice-campeão do Campeonato Gaúcho em cinco oportunidades: 1942, 1947, 1949, 1950 e 1952. Além disso, foi campeão da Divisão de Acesso do estadual em 1996 e 2000. Na Copa Gaúcha da FGF (Federação Gaúcha de Futebol), o Noia também tem dois títulos: em 2005 e 2013.
A maior conquista da história da equipe anilada foi o título do Campeonato Gaúcho de 2017. Naquele ano, o clube enfrentou a dupla Gre-Nal na reta final e superou os times da capital. Na semifinal, empatou os dois jogos contra o Grêmio e avançou nos pênaltis. A final, teve o mesmo cenário, dessa vez contra o Internacional: dois empates e troféu vindo depois da disputa de penalidades.
Além disso, o Clube do Vale disputou o Campeonato Brasileiro de 1979, a Série B em oito temporadas (sendo a última em 1989) e a Série C em três temporadas (sendo a última em 2006).
Campanhas recentes
As principais competições disputadas pelo Novo Hamburgo nos últimos anos foram o Gaúchão, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série D.
Pelo estadual, depois do título em 2017, não teve boas campanhas. Em 2018, 2021, 2022 e 2023 parou na primeira fase, e em 2019, chegou às quartas de final. Em 2020, o campeonato teve uma mudança de regulamento, sendo disputado em dois turnos. No primeiro, o ECNH não avançou de fase e, no segundo, chegou à semifinal do turno, sendo eliminado pelo Internacional.
Já nesta temporada, o clube foi rebaixado à segunda divisão estadual depois de 20 anos na elite (desde 2004). O Anilado ficou no 11º lugar, abrindo a zona de rebaiaxamento, e conquistou apenas nove pontos em 11 jogos. Mesmo empatando em pontos com o Avenida (10º colocado), o ECNH perdeu no saldo de gols e não escapou do descenso.
Pela Copa do Brasil, o clube tem quatro participações. Em 2006 e 2020, foi eliminado na primeira fase, e em 2018, na segunda. O melhor desempenho foi em 2014, quando chegou às oitavas de final.
O Novo Hamburgo estreiou na Série D em 2016 e, contando esta temporada, já participou cinco vezes da competição. No primeiro ano e no seguinte, 2017, parou na primeira fase. Em 2018, conseguiu avançar à segunda fase. Depois de quatro anos longe do campeonato, retornou em 2023, mas não também não conseguiu a classificação. O ECNH ficou em último lugar do grupo A8, conquistando sete pontos em 14 jogos.
Série D 2024
A temporada não é das melhores para a equipe gaúcha. Até aqui, foram 25 jogos, sendo seis vitórias, nove empates e dez derrotas, além de 20 gols marcados e 30 gols sofridos.
Após o rebaixamento no estadual, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido pelas enchentes, em uma trajédia ambiental que ainda trazo consequências. Por conta disso, muitos jogos do grupo A8 na Série D, em que o Novo Hamburgo está, foram adiados no início do Brasileirão.
Apesar dos problemas, o Clube do Vale teve um bom início na competição, ficando sem perder durante seis jogos. O técnico Lucas Isotton, de 39 anos, assumiu o time na Série D e o início promissor fez com que seu cargo fosse assegurado. Isotton era treinador do Concórdia-SC no início do ano e comandou o clube catarinense no estadual. Até o ano passado era auxiliar técnico, iniciando a carreira como treinador principal no mesmo Concórdia, durante o Catarinense de 2023.
Campanha na 1ª fase
Na Série D deste ano, o Novo Hamburgo terminou a primeira fase em 4º lugar, com 18 pontos conquistados em 14 jogos, se classificando na última vaga disponível. Foram quatro vitórias, seis empates e quatro derrotas, além de 14 gols marcados e 15 gols sofridos.
Veja os resultados do Novo Hamburgo no grupo A8:
- Barra 1×1 Novo Hamburgo (E)
- Cascavel 0x0 Novo Hamburgo (E)
- Novo Hamburgo 1×1 Hercílio Luz (E)
- Hercílio Luz 1×2 Novo Hamburgo (V)
- Novo Hamburgo 0x0 Cascavel (E)
- Novo Hamburgo 2×1 Concórdia (V)
- Novo Hamburgo 0x1 Cianorte (D)
- Avenida 2×1 Novo Hamburgo (D)
- Brasil de Pelotas 3×1 Novo Hamburgo (D)
- Novo Hamburgo 1×2 Brasil de Pelotas (D)
- Novo Hamburgo 1×1 Avenida (E)
- Cianorte 1×2 Novo Hamburgo (V)
- Concórdia 1×1 Novo Hamburgo (E)
- Novo Hamburgo 1×0 Barra (V)
Após o início de invencibilidade (duas vitórias e quatro empates), o ECNH teve um queda vertiginosa de rendimento e amargou quatro derrotas seguidas, comprometendo muito sua situação no grupo. Mas, na reta final o time se encontrou novamente e não perdeu da 11ª à 14ª rodada (duas vitórias e dois empates).
O clube gaúcho chegou para a última rodada na 6ª colocação, com 15 pontos. Para se classificar, precisava vencer o Barra e dependia de uma derrota do Concórdia para o Brasil de Pelotas, o que de fato aconteceu. Assim, o Novo Hamburgo pulou para o 4º lugar com o mesmo números de pontos que o Hercílio Luz, mas teve vantagem no número de vitórias (4×3).
Maringá e Novo Hamburgo nunca se enfrentaram e agora terão dois jogos pela frente para definir quem avança no Campeonato Brasileiro da Série D.